Farsul

Farsul destaca ações realizadas na 46ª Expointer

Evento reuniu direção da entidade e profissionais de comunicação


- Emerson Foguinho / Divulgação Sistema Farsul

O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, deu início ao tradicional almoço que reúne a direção da empresa e profissionais de comunicação para avaliação da Expointer. O encontro foi realizado na Casa Farsul, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, neste domingo (03/09). A 46ª edição da feira se encerrou nesta data.
Ainda sem ter conhecimento dos números relativos aos negócios de máquinas e equipamentos - que foram anunciados mais de três horas depois -, Gedeão previu que os negócios do setor superariam o atingindo no ano passado. Para o dirigente, isso confirma a importância da feira além das divisas estaduais. "A Expointer está consolidada no cenário nacional. Ela já foi internacional. Isso ocorria quando importávamos genética, o que não ocorre mais." Gedeão salientou que as máquinas somam a principal movimentação financeira da feira. "O resto é troco." O presidente avaliou "o panorama geral" da agropecuária gaúcha, "que não é das mais alvissareiros" no momento. "Plantamos com custo muito elevado. Colhemos mal. Depois os preços derreteram", resumiu, lembrando as dificuldades registradas nas pecuárias de leite e de corte e da cultura do milho.
Entre as principais atividades promovidas pelo Sistema Farsul, Gedeão destacou o seminário Invasão Zero e Marco Temporal, em parceria com o gabinete do deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) - o parlamentar preside a CPI sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a CPI do MST. "Também tivemos o encontro da Comissão de Mulheres, encontro nacional." A comissão foi reconstituída pela Farsul no início de julho, depois de alguns anos inativa. O dirigente deu ênfase ao debate ocorrido na reunião do Conselho Consultivo da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm), na última quinta-feira, 31, sobre a legislação ambiental acordada entre União Europeia e o bloco econômico dos países sul-americanos. "Repudiamos o acordo, que impõe desmatamento zero ao Mercosul", com data retroativa a dezembro de 2020. "São regras que afetam a soberania nacional", disse, lembrando que no Brasil não vigora nenhuma legislação que exija desmatamento zero. "Não aceitaremos o acordo."
Mais tarde, questionado por repórteres de TV, Gedeão voltou a abordar o tema, sugerindo que se estabeleça um processo de negociação junto ao Parlamento Europeu. "Estamos vendo se é possível montar uma missão, com participação dos governos, para ir ao Parlamento Europeu. Eles [os europeus] também estão preocupados, e as regras não têm aprovação unânime. No fundo, no fundo é proteção econômica da União Europeia. Não é preocupação ambiental."
Ainda no campo das negociações internacionais, Gedeão lembrou o diálogo estabelecido entre produtores de leite do Rio Grande do Sul com colegas e entidades de representação do setor no Uruguai, com a participação do ministro de Ganadería, Agricultura y Pesca, Fernando Mattos. O presidente do Sistema Farsul classificou como "questão de tratado" eventuais contrariedades dos gaúchos com o ingresso do leite oriental no país. "São tratados e há que respeitar. Temos, porém, de descobrir nossos caminhos. Quando foi que a lavoura se tornou viável? Quando reduzimos o tamanho da lavoura e quando descobrimos o porto do Rio Grande", disse. E acrescentou: "Estamos com um problema sério nas mãos, ainda sem solução".
Gedeão saudou o estabelecimento da Delegacia Online do Agro, batizada de Agrodol. A ferramenta tem o objetivo de facilitar os registros de ocorrências de crime ocorridos em áreas rurais do Rio Grande do Sul. "Nos parece um progresso", disse o presidente. Ele ressaltou a importância de outro anúncio feito pela cúpula da Segurança no Estado, sobre a reestruturação das Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato.
Em 2023, pela primeira vez, a Expointer não contou com exposição de aves, em razão de riscos sanitários. "O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo, e não podemos ter a mínima ameaça", afirmou Gedeão. Em contrapartida, a Expointer foi palco para o anúncio da abertura do mercado de Israel para o setor. "É um mercado muito importante, inclusive pelas exigências". O anúncio foi feito pelo ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante a solenidade de inauguração da 46ª Expointer, na sexta-feira, 1º. "O ministro, aliás, esteve duas vezes na Casa da Farsul", disse Gedeão.
No final de seu pronunciamento, de cerca de 20 minutos, Gedeão salientou a atuação do Senar no desenvolvimento de um processo de comunicação que estabeleça maior proximidade entre o campo e a cidade. "Precisamos conversar com a população. Nosso Senar [do Rio Grande do Sul] tem feito um investimento forte para isso. A comida que é servida no café da manhã, no almoço e no jantar é produzida por alguém que está no campo." A preocupação com a sociedade urbana foi confirmada pelo superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli: "Aqueles que têm a oportunidade de conhecer o que se faz no campo sabem que a realidade está muito longe das narrativas", afirmou. Condorelli destacou outras "preocupações" da entidade, relacionadas à tecnologia e ao conhecimento oferecidos ao produtor rural. Durante a Expointer, a entidade desenvolveu ações envolvendo o uso de drones, além de outras destinadas a produtores de leite, apicultores e, finalmente, dedicadas a relações trabalhistas.
O primeiro vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, expôs os esforços para a alteração do calendário de plantio para a safra 2023/2024 junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A sugestão é de que a semeadura no Rio Grande do Sul seja iniciada no dia 1º de outubro de 2023 e encerrado em 8 de fevereiro de 2024, mantendo, o período de 130 dias estabelecidos no calendário de plantio de soja da safra 2022/2023. O ministério determinou uma redução de 30 dias no período.


Coletiva oficial
Posteriormente, em ato promovido pelo governo do Estado, o Secretário da Agricultura Giovani Feltes revelou os números da feira deste ano. O volume de negócios com máquinas e equipamentos atingiu R$ 7,3 bilhões, contra R$ 6,6 bilhões em 2022. A feira também registrou aumento de 5,96% no número de visitantes em relação à edição anterior da 45ª Expointer. Foram 818.943 pessoas na atual edição, e 772,9 mil. Feltes declarou que os números "dão a demonstração do vigor cada vez mais expressivo do agro e da pecuária do Rio Grande do Sul."
A Farsul esteve representada pelo Diretor Vice-Presidente Domingos Antônio Lopes, que destacou a contribuição de outro ator para o sucesso da Expointer. "O ativo mais importante desta feira chama-se produtor rural. Vejam a importância, em momento de crise no setor, o produtor continua investindo. Nosso ativo produtor rural deve ser valorizado", declarou.
A próxima Expointer já tem data, confirmada durante a coletiva. A 47ª edição ocorrerá de 24 de agosto a 1º de setembro de 2024.

 

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