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CNA prepara proposta de nova política agrícola

CNA prepara proposta de nova política agrícola




A CNA formatará até fevereiro de 2011 uma proposta completa de novo modelo de política agrícola para o país. A intenção é que sirva de base para negociações com o próximo governo e Congresso Nacional. O cronograma foi encaminhado em reunião das comissões de Cereais, Fibras e Oleaginosas e de Crédito da Confederação, realizadas nesta terça-feira, na casa da Farsul em Esteio, durante a Expointer. A formatação das propostas será feita em grupos de trabalho já constituídos. Mas a determinação é contemplar novas soluções que envolvam mecanismos de garantia de renda, seguro rural e solução do passivo da agricultura, explica o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira. A avaliação é de que grande parte dos agricultores brasileiros não sobreviverão economicamente à manutenção da política agrícola atual. Hoje, o passivo do setor é calculado em mais de R$ 100 bilhões. De acordo com o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner, um dos problemas mais graves é a falta de acesso ao crédito - uma situação recorrente não apenas no Rio Grande do Sul. "Em algumas regiões de Mato Grosso, por exemplo, só 10% dos agricultores ainda têm acesso ao sistema financeiro". Os produtores ainda criticaram a pouca abrangência do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do Governo Federal. "O programa de subvenção era para ter R$ 460 milhões (orçados inicialmente para 2010), mas foram alocados R$ 240 milhões, dos quais R$ 90 milhões foram usados para pagamentos do ano passado", disse Schreiner. Além disso, as médias de produtividade garantidas utilizadas pelas seguradoras são do IBGE, normalmente menores do que a realidade dos contratantes, o que reduz a garantia contratada.