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Bem-estar animal também envolve alimentação das vacas, alerta Lobato

Bem-estar animal também envolve alimentação das vacas, alerta Lobato




"Alimentar bem a vaca também é questão de bem-estar animal", alertou o engenheiro agrônomo do Departamento de Zootecnia da UFRGS, José Fernando Piva Lobato, responsável pela primeira palestra do seminário "De Onde Virão os Terneiros?", que ocorre hoje (29.10), em Santa Maria. Para que a taxa de desmama de terneiros se eleve dos atuais 56 terneiros por cada 100 vacas no Rio Grande do Sul para desejáveis 80 terneiros desmamados é preciso dar mais atenção à alimentação das vacas, defende o especialista. Para Lobato, o avanço da soja na Metade Sul não significa a falência da pecuária, já que há manejos com integração lavoura-pecuária que permitem maior oferta de pastagem. "A soja pode resolver o problema de fome de nossas vacas. Os indicadores reprodutivos são baixos porque nossas vacas passam fome! Se as vacas estiverem bem nutridas, avançaremos", disse. O professor defende adequação dos índices de lotação, adaptando-os à disponibilidade de pasto, para que se consiga aumentar a pressão de seleção do rebanho. "Com uma média de 28 novilhas de reposição para cada 100 vacas, a responsabilidade de melhoramento genético fica apenas com os touros, e não compartilhada com as melhores novilhas", afirma. O pesquisador acrescenta que o cuidado com a alimentação das vacas deve ser permanente, incluindo o período de gestação. "Fala-se muito em qualidade de carne, maciez, marmoreio, mas saliento que as células que formam fibras musculares, que dão o marmoreio, formam-se durante o período de gestação. O produto de qualidade não é só pós-nascimento que se faz", afirma Lobato. O seminário "De Onde Virão os Terneiros" é uma realização do Senar-RS, com promoção do Sistema Farsul, apoio do Departamento de Zootecnia da UFRGS e jornal Zero Hora e patrocínio do Programa Juntos para Competir, uma iniciativa de Farsul, Senar-RS e Sebrae.