Farsul

Passivo limita aumento na produção

Passivo limita aumento na produção


O passivo da agricultura é o principal responsável por frear a produção brasileira de grãos. A opinião é do vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, que nesta segunda-feira apresentou o panorama da agropecuária brasileira em palestra para um grupo de veterinários, na casa da Farsul na Expointer. A atual produção de 147 milhões de toneladas de grãos colhidas na safra 2009/2010 poderia ser bem maior com mais investimentos, garante. "Temos condições de pular para 200 milhões de toneladas se resolvermos o passivo que ninguém sabe de quanto é, falam em torno de R$ 100 bilhões", afirma Pereira. A limitação para ampliação é a dificuldade de acesso a crédito pelo agricultor, embora não haja falta de recursos. O dirigente também criticou o chamado custo Brasil, incluindo a carga tributária. "Um trator fabricado aqui no Rio Grande do Sul custa na Argentina 60% menos do que no Brasil. Um rolo de arame custa quase R$ 400 aqui e por volta de R$ 160 no Uruguai. São as assimetrias do Mercosul que nós estamos lutando para mudar", exemplifica. A palestra ainda demonstrou a situação da pecuária brasileira. O Brasil é hoje o segundo maior produtor e o maior exportador de carne bovina do mundo, e passa a ter grandes multinacionais do setor, como o Grupo JBS e o Marfrig. A concentração de mercado é uma tendência na indpustria frigorífica que pode trazer alguns riscos, mas também oportunidades. No ano passado, o Brasil produziu 8,73 milhões de toneladas de carne bovina (equivalente carcaça), segundo a CNA. "Se nós temos toda essa quantidade de carne para vender, precisamos de uma indústria forte para colocá-la no mundo", avaliou.