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Taxas de crescimento dos insumos puxam aumento do PIB do agronegócio

Taxas de crescimento dos insumos puxam aumento do PIB do agronegócio


O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio manteve taxas altas de crescimento em abril, acumulando aumento de 3,83% no quadrimestre, porém, são os preços dos fertilizantes e rações que continuam o crescimento. Os insumos somaram uma expansão de 7,70% no período. Enquanto o agronegócio apresentou ligeira desaceleração nos preços agrícolas, em abril, a expansão dos preços reais dos fertilizantes ultrapassou 53% e os preços das rações duplicaram no quadrimestre, chegando a uma taxa de 17,2% somente no mês de abril. Assim, embora o ritmo de crescimento do agronegócio esteja mais acelerado do que o observado em 2007, atingindo 0,98% em abril, frente a 0,54% do mesmo mês no ano passado, "a renda do produtor continua apertada", afirma Ricardo Cotta Ferreira, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Dentro da porteira da fazenda, o segmento primário da agropecuária cresceu 1,53%, acumulando expansão de 5,94% no primeiro quadrimestre do ano. Isoladamente, no entanto, o PIB da agricultura apresentou desaceleração em abril em relação aos resultados de março, registrando crescimento de 1,82% frente aos 2,20% de março. Mas, no acumulado do ano, as lavouras já somam expansão de 7,26%. "Continuamos com expectativas de elevado crescimento no PIB para o ano de 2008", explica o superintendente da CNA, embora este crescimento acabe não resultando em ganhos para o produtor devido ao alto custo dos insumos agropecuários. "As previsões do nosso Projeto Campo Futuro indicam que a rentabilidade para a próxima safra será ainda pior para o produtor. Observamos que, na situação atual, os produtores terão rentabilidade para arcar com os custos operacionais, mas não o suficiente para cobrir as depreciações e o custo de oportunidade, o que é preocupante, pois ele tem perda patrimonial ou precisa recorrer a novos financiamentos". O segmento primário da pecuária, após dois meses de crescimento estável, também apresentou taxa de expansão de 1,15% em abril. Os aumentos dos preços do boi gordo, do leite e dos suínos foram os principais responsáveis pelo crescimento acumulado de 4,24% do segmento. Quanto à agroindústria, embora siga com taxas positivas, de 0,46% em abril, são menores que dos demais segmentos ainda devido à queda nos preços do açúcar e álcool. A indústria de óleos vegetais segue liderando pelo lado oposto, com taxa positiva de 3,75% no faturamento do mês e de 12,94% no acumulado do quadrimestre. Faturamento - Calculado para 25 produtos da agropecuária, o Valor Bruto da Produção (VBP) ou faturamento primário poderá chegar a R$ 284,9 bilhões em 2008, superando em 29,18% o faturamento de 2007, de R$ 220,5 bilhões. Mais uma vez, a expansão da produção e a disparada dos preços internacionais confirmam um cenário positivo para o VBP da agropecuária, mas os altos custos da atividade neutralizam a possibilidade de maior renda ao produtor. As estimativas da CNA indicam que a soja terá o maior VBP, calculado em R$ 49,8 bilhões em 2008, do total de R$ 176,1 bilhões previstos para a agricultura este ano. Segundo a assessora técnica Rosimeire dos Santos, "esse aumento é gerado pelo aumento de 54,8% dos preços da commodity em relação ao ano passado". As cotações futuras da soja, que registraram marcas históricas acima de US$ 16 cents por bushel, em junho, estão sustentadas pela redução da oferta no mercado norte-americano, ocasionada por problemas climáticos nesta safra, além da forte demanda da China. EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO SOMAM US$ 33,8 BI NO SEMESTRE Brasília (17.07) - As exportações do agronegócio atingiram US$ 33,8 bilhões, no primeiro semestre do ano, com um aumento de 16,3%, apesar da queda nas quantidades exportadas de alguns produtos. Apenas em junho, as exportações somaram US$ 6,5 bilhões, um recorde para o período. "Tudo indica que os patamares elevados de preços agrícolas nos mercados internacionais vão continuar", diz o assessor técnico da Comissão Nacional de Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Matheus Zanella. A repercussão positiva desse cenário no agronegócio, segundo ele, levará a novas elevações das exportações e à repetição de recordes. As importações do agronegócio também cresceram de janeiro a junho deste ano, favorecidas pelo câmbio e pela expansão do consumo interno. No período, somaram US$ 5,6 bilhões, o que representa um aumento de 42,7% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Desta forma, o saldo comercial do agronegócio também expandiu, atingindo US$ 28,2 bilhões no semestre. "Esse valor é suficiente para compensar o déficit de US$ 16,8 bilhões dos outros setores e manter o saldo comercial brasileiro positivo", afirma Zanella. Mesmo com pequeno aumento de 4,3% na quantidade exportada, as exportações do complexo soja continuam crescendo, acumulando no semestre US$ 9,0 bilhões, o que representa um aumento de 67,5%. Os embarques cresceram significativamente para a China e para a Europa, tradicionais compradores do produto brasileiro. Segundo o assessor técnico da CNA, as cotações da soja foram favorecidas pelas restrições de oferta dos Estados Unidos, que deslocou recursos para a produção de milho, e pelo sistema de taxas de exportação adotado pela Argentina para forçar a manutenção de sua produção no mercado doméstico. O aumento dos preços dos produtos agrícolas começa, agora, a atingir também o complexo sucroalcooleiro, que até então vinha apresentando sucessivas quedas nas exportações. Mesmo assim, as exportações do semestre ainda estão 2,7% menores do que as do mesmo período do ano passado. No entanto, segundo Zanella, "o desempenho de junho foi favorável e indica uma tendência de recuperação das exportações do setor". As exportações de etanol, por exemplo, já cresceram 27,6% em relação a 2007, atingindo US$ 890 milhões nos primeiros seis meses do ano. Os Estados Unidos, maior exportador do etanol brasileiro, realizou mais compras esse ano, utilizando triangulação via países do Caribe para fugir da tarifa de importação imposta às exportações de etanol do Brasil. Também foi observado crescimento das exportações do produto para a Europa. Acesse aqui aos quadros com os números apresentados sobre: PIB - Números bons e estáveis para o agronegócio em abril Balança comercial - Altos preços internacionais somam exportações de US$ 33,8 bi no semestre para o agronegócio VBP - Valor bruto da produção pode chegar a R$ 284,9 bi Apresentação: Indicadores Rurais - Julho/2008 Assessoria de Comunicação da CNA Fone (61) 2109-1411/2109-1419 www.cna.org.br