Farsul

Pesquisador dá dicas de como usar avaliação genética para melhorar produção

Pesquisador dá dicas de como usar avaliação genética para melhorar produção




Atualmente, 75% dos animais da raça Angus com avaliação de Diferença Esperada de Progênie (DEP) na Argentina passam por ultrassonografia para medir características relativas a qualidade de carne, como área de olho de lombo ou deposição de gordura entremeada. Para o pesquisador Horacio Raul Guitou, do argentino Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária, a avaliação genética de características econômicas como essas é uma tendência que pode se reverter em melhor remuneração para quem produz gado de corte para mercados mais exigentes. Ele foi um dos palestrantes do seminário "De Onde Virão os Terneiros?", promovido pelo Sistema Farsul, e realizado hoje (29.10) em Santa Maria. Guitou detalhou como deve ser o uso adequado dos dados relativos a genética. No caso das DEPs, lembrou que é preciso se prestar a atenção a detalhes, como o índice que indica a precisão da medição, decorrente da quantidade de progênie avaliada, que vai de 0 a 1, com grau crescente de precisão. Ele também orientou os produtores e técnicos a avaliar o conjunto de parâmetros avaliados. Focar em apenas uma característica pode ser prejudicial. "Há características antagônicas, como dificuldade de parto e crescimento. Animais com peso ao nascer maior (o que é negativo) tendem a ter maior peso final (positivo). Mas, mesmo com a correlação alta, há exceções, animais com baixo peso ao nascer e alto peso final, e estes que devemos buscar, utilizar em inseminação", diz. "Não existem reprodutores ideais, mas adequadas para cada sistema de produção", complementa. Para Guitou, a seleção subjetiva, visual, não é suficiente, embora possa ser adequada para algumas características, como aprumos. "É preciso se mais objetivo, medir, pesar, ecografar, estudar o DNA, marcadores moleculares, usar dados de DEPs...", defende. O seminário "De Onde Virão os Terneiros?" é uma realização do Senar-RS, com promoção do Sistema Farsul, apoio do Departamento de Zootecnia da UFRGS e jornal Zero Hora e patrocínio do Programa Juntos para Competir, uma iniciativa de Farsul, Senar-RS e Sebrae.