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Câmara setorial da soja instalada em plena crise. Cultura poderá ser a mais afetada

Câmara setorial da soja instalada em plena crise. Cultura poderá ser a mais afetada


Cultura poderá ser a mais afetada pela restrição de crédito Sustentabilidade da cadeia produtiva, garantia de recursos para financiar a lavoura e adoção de mecanismos que assegurem rentabilidade ao produtor. Estas serão as prioridades da Câmara Setorial da Soja, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que será instalada nesta quarta-feira (29/10), às 14 horas, pelo ministro Reinhold Stephanes, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília. Para o futuro presidente da Câmara, Rui Carlos Ottoni Prado, que também preside a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso (FAMATO) e a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), a cultura da soja poderá ser uma das mais prejudicadas pela crise financeira internacional, em razão da restrição de recursos para financiamento da lavoura e da dificuldade de acesso dos produtores rurais ao crédito oficial. "Este quadro preocupa, porque a produção é muito alavancada pelo crédito, principalmente das tradings", afirma Rui Prado. Na avaliação do presidente, o fato das tradings estarem financiando menos dificultará a manutenção do atual volume de produção de soja. No caso de Mato Grosso, principal produtor do País, Rui Prado estima queda de pelo menos 10% na produção se o atual cenário de crise se prolongar, afetando o agronegócio. Na última safra (2007/2008), o Estado produziu 17,8 milhões de toneladas do grão e a estimativa para a safra 2008/2009 é de colher 17,5 milhões de toneladas. Ele ressalta, também, que a soja é o principal item da pauta de exportações do agronegócio. De janeiro a setembro deste ano, as vendas externas do complexo soja (grão, farelo e óleo) totalizaram US$ 15,3 bilhões, com elevação de 71% em relação ao mesmo período de 2007. O presidente da Câmara Setorial da Soja informa, ainda, que o setor solicitará ao Governo mecanismos que assegurem ao produtor preços compatíveis aos custos de produção. "Hoje há um preço mínimo para a soja, mas não cobre estes custos", afirma. Para ele, neste momento de crise, seria fundamental adotar um preço pelo menos compatível aos custos. "Não adianta o país produzir e o agricultor não ter condições de sobrevivência", diz Prado, informando que o tema está na pauta de discussões da primeira reunião da Câmara, na quarta-feira, das 15h às 18h, na seda da CNA. A instalação da nova Câmara Setorial ocorre em plena crise financeira internacional, abrindo espaço de discussão sobre as melhores soluções para a soja aos representantes do setor."Antes, as discussões ficavam no âmbito da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Oleaginosas e Biodiesel e as demandas do setor da soja não eram totalmente atendidas. Agora, teremos vários representantes e cada um dará sua contribuição para que a cadeia seja sustentável" justifica o presidente. A Câmara Setorial será composta por 23 entidades.