Farsul destaca que maior aumento do crédito do Plano Safra é com juros livres
Farsul destaca que maior aumento do crédito do Plano Safra é com juros livres
O Plano Agrícola e Pecuário 2015/2016 (Plano Safra), lançado nesta terça-feira (02), em Brasília, traz maior crédito para o produtor rural - mas também taxas mais altas de juros do que as praticadas no ano passado. "Nossa avaliação inicial é de que o Plano Safra não veio a contento, mas também não foi tão desolador", afirma o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, anunciou o total de R$ 187,7 bilhões em crédito rural para as operações de custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial. O valor é cerca de 20% maior do que o do último Plano Safra, que disponibilizou R$ 156,1 bilhões ao agronegócio. No entanto, na avaliação da Farsul, grande parte desse número se deve ao incremento de 130% no volume de recursos a taxas de juros livres, que passaram de R$ 23 bilhões para R$ 53 bilhões. Eles são provenientes da aplicação dos recursos da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), investimento de renda fixa que demonstra a confiança da sociedade no setor. "Nesse caso, o banco cobra quanto puder. É uma taxa decidida caso a caso", explica o economista chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz.
Os recursos para financiamento de custeio a juros controlados pelo governo federal também tiveram crescimento, porém mais tímido. Eles passaram de R$ 87,9 bilhões para R$ 94,5 bilhões - um aumento de 7,5% entre o atual Plano Safra e o anterior. Outro avanço foi a ampliação de 8% no limite desse financiamento por produtor, que chegou a R$ 1,2 milhão - R$ 100 mil a mais que na última safra. Apesar de positivos, ambos os valores estão abaixo da inflação dos custos de produção acumulados entre abril de 2014 e abril de 2015, que foi de 10,43%.
E se por um lado os recursos aumentam, por outro as taxas de juros pesarão mais no bolso do agricultor. "Lamentamos essas taxas de juros, comparando com a dos concorrentes internacionais. Eles devem estar aplaudindo em pé", disse Sperotto.