Estudo da Farsul aponta grande defasagem elétrica no Estado
Estudo da Farsul aponta grande defasagem elétrica no Estado
O Rio Grande do Sul enfrenta um grande problema de defasagem elétrica de acordo com o estudo elaborado pelo Sistema Farsul, com dados do Balanço Energético Nacional de 2012 da Empresa de Pesquisa Energética. A defasagem entre produção e consumo do estado é em torno de 30%. Com isso, é preciso importar 1/3 energia consumida. Os dados foram apresentados pelo diretor da Farsul, Fábio Avancini Rodrigues, na CPI da Energia Elétrica da Assembléia nesta segunda-feira, 7 de abril. Segundo um estudo da assessoria economica do Sistema Farsul, analisando-se dados contidos no programa Mais Água Mais Renda, projeta-se que a área potencial irrigável do Estado é de 3,1 milhão de hectares. Em um cenário ideal, com toda esta área irrigada, seriam necessários 727 GW durante o ciclo produtivo. "Se o estado quer continuar crescendo nos atuais níveis, tem que investir na produção agrícola e atender às demandas do setor e para isto é preciso que sejam definidas políticas de crescimento", destacou o diretor. A produção gaúcha de arroz corresponde a praticamente 70% da produção nacional do cereal. As lavouras da cultura são as mais afetadas, pois não há cargas suficientes para irrigação, já que os equipamentos precisam de potência para funcionar. A produção de leite, aves e suínos também sofre com as inconstâncias do sistema elétrico. Outro fator destacado pelo economista do Sistema Farsul, Rafael Alberton, é que a matriz energética usada no RS teve o modelo copiado do Brasil, mas o Estado não tem a mesma capacidade de produção e investimentos do país. "Precisamos de um planejamento de longo prazo, pensando já para daqui a 20 anos", explicou Rodrigues. Alberton destacou como opções a energia termo-elétrica, que é uma fonte firme, através do uso do carvão mineral, petróleo e nuclear. "Temos quase 80% das reservas nacionais de carvão no Estado e a tecnologia para transformá-lo em energia mudou muito nos últimos anos", disse o economista. Para ele, estamos operando no nível máximo do sistema hídrico. Após muitos problemas em relação ao fornecimento e distribuição para os produtores, "esperamos os desdobramentos e resultados efetivos da CPI e gostaríamos de ouvir as concessionárias e agências reguladoras", concluiu Rodrigues.