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Cenário para 2019 é de safra maior de grãos, alta do PIB e do faturamento do agro

Cenário para 2019 é de safra maior de grãos, alta do PIB e do faturamento do agro


O cenário para 2019 é de uma safra maior de grãos, com clima mais favorável, um crescimento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio e uma alta de 4,3% no Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade agropecuária dentro da porteira. As estimativas são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciadas nesta quarta (5), em Brasília, durante entrevista coletiva na sede da entidade. A CNA também divulgou dados que mostram o Brasil como o líder mundial em agropecuária sustentável. De acordo com a CNA, o setor agropecuário foi prejudicado em 2018 pelo ambiente institucional, em razão da greve dos caminhoneiros e do tabelamento do frete, fatores que provocaram a alta dos preços dos alimentos e dos fertilizantes. Os produtores também conviveram com o clima desfavorável, o aumento dos custos de produção e a queda dos preços e de rentabilidade. No entanto, o setor foi destaque nas exportações, com receita de US$ 93,3 bilhões de janeiro a novembro, alta de 4,6% em relação ao mesmo período do ano passado, respondendo por 42% das vendas externas totais do país. A agropecuária também deu importante contribuição na geração de empregos, com um saldo positivo de 74,5 mil postos de trabalho, 10% do total, sendo o quarto segmento que mais ofertou vagas no país. Greve, tabelamento e inflação - Os dados da CNA mostram que, em maio, antes da paralisação e do tabelamento, o setor vinha contribuindo de forma expressiva para a queda dos preços dos alimentos, com deflação de 3,8% e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2,86%, bem abaixo da meta estipulada pelo governo. Depois do movimento de paralisação dos caminhoneiros, a partir de junho o grupo de alimentos em domicílio passou a ter altas consecutivas e o IPCA naquele mês foi de 1,26%, a maior taxa para o período desde 1995 e no período de 12 meses até junho a inflação saltou para 4,39%. De lá para cá, a inflação passou a ficar mais próxima da meta de 4,5% para 2018 e o grupo de alimentos em domicílio (no qual estão incluídos os produtos agropecuários) tem inflação superior a 3%. Meio ambiente - A CNA também apresentou dados que mostram o compromisso do Brasil com a proteção do meio ambiente e que o país é líder mundial em agropecuária sustentável, com 66,3% de seu território preservado com vegetação original. Os produtores preservam dentro das propriedades rurais um quarto do território nacional e adotam uma produção cada vez mais climaticamente resiliente. Na 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-24), que ocorre em Katowice, na Polônia, a CNA vai mostrar como o produtor rural brasileiro preserva com iniciativas voltadas para a baixa emissão de carbono, como o Programa ABC Cerrado, e segue a legislação ambiental mais completa do mundo. Cenário internacional - De janeiro a novembro, as exportações chegaram a US$ 93,3 bilhões, elevação de 4,6% em relação ao mesmo período de 2017. Neste ano, o setor responde por 42% das vendas externas totais do país e por 7,2% das exportações mundiais do agro, consolidando o Brasil na terceira posição entre os maiores fornecedores de alimentos. Os produtos de maior destaque em 2018 foram soja em grãos, celulose, farelo de soja, carne de frango e açúcar de cana. Os destinos principais das exportações do agro brasileiro foram China (29%), União Europeia (17,2%) e Estados Unidos (6,7%). Culturas - Culturas como algodão, soja, etanol, celulose e flores agrícolas tiveram bom desempenho em 2018 no que se refere à produção, preços e exportações. O milho, apesar dos preços melhores, teve queda de produção e nas exportações. Na pecuária, apenas o segmento de carne bovina registrou crescimento na produção, nos preços e nas exportações. PIB - O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio deve fechar 2018 com queda de 1,6% em relação a 2017. O setor foi bastante prejudicado pela paralisação dos caminhoneiros, que encareceu o preço dos insumos agropecuários e afetou a comercialização da produção primária (dentro da porteira), que deve ter recuo de 4,2% por causa de problemas climáticos e da queda dos preços. O setor de distribuição tem estimativa de recuo de 2,7%. Dentro da cadeia do agronegócio, apenas o segmento de insumos terá resultado positivo, puxado pela alta de 19% dos preços dos fertilizantes neste ano. Apesar do câmbio mais alto, houve crescimento de demanda a partir de agosto por conta das boas perspectivas de safra para 2019. Perspectivas 2019 As expectativas para o próximo ano são de uma safra de grãos maior que a deste ano, cuja colheita totalizou 228 milhões de toneladas, por conta do clima favorável e a incidência do El Niño. A produção de soja na safra 2018/2019 deve crescer 6% em relação à safra anterior, com boas condições climáticas em praticamente todos os estados. As previsões da CNA também são otimistas para o milho segunda safra e algodão. No cenário político, a CNA avalia ser necessária a conclusão das reformas tributárias e da previdência no novo governo para permitir o crescimento do setor. Outros pontos importantes para 2019 são a melhoria nas condições de infraestrutura e logística, segurança no campo, introdução de marcos regulatórios e a ampliação da assistência técnica e gerencial para produtores com o objetivo de propor a melhoria da renda do setor agropecuário. Na parte internacional, a Confederação volta suas expectativas na conclusão dos acordos comerciais em negociação com Coreia do Sul, México, Canadá e outros mercados, com medidas que promovam a facilitação do comércio, remoção de barreiras sanitárias e fitossanitárias e a redução de tarifas. Outras prioridades no comércio exterior são: a diversificação da pauta exportadora; a inclusão de pequenos e médios produtores no processo de exportação; celeridade em negociações de acordos fitossanitários e fortalecimento das relações comerciais com países asiáticos. Prêmio CNA Agro Brasil é entregue a personalidades do setor A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou na noite de terça (4) o Prêmio CNA Agro Brasil, uma homenagem a profissionais e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da agropecuária brasileira. Os premiados nas quatro categorias foram a deputada federal e futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina (Política), o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda (Pesquisa), o jornalista Valteno de Oliveira (Comunicação) e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (Destaque 2018). O presidente da CNA, João Martins, destacou que o prêmio foi criado há três anos com o objetivo de reconhecer aqueles que fazem a diferença em suas áreas de atuação na defesa e na divulgação da agropecuária em todo o país. "Os produtores rurais produzem, são competentes e recebem prêmios, mas e aqueles que ajudam os produtores a serem o que são? Nós achamos que temos que prestigiar desde o pesquisador até aquela personalidade que fez a diferença na agropecuária daquele ano", disse João Martins. A definição dos vencedores deste ano ocorreu em outubro, após análise dos indicados pela Comissão Julgadora, formada por representantes de Federações da Agricultura e sindicatos rurais de todo o Brasil. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ressaltou a honra de receber a distinção da CNA. "É a maior honraria da agricultura brasileira. É quase como se fosse o Oscar para nós. Termino esse período com o sentimento de dever cumprido, de saber que pude contribuir com a agricultura e a pecuária brasileira e deixá-la melhor que quando eu assumi", afirmou. A deputada e futura ministra da Agricultura, Teresa Cristina, afirmou que o Prêmio CNA Agro Brasil é um reconhecimento pela sua atuação no Congresso e pelo trabalho na presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). "Eu agradeço e faria de novo tudo que eu fiz. Não tenho nenhum arrependimento de ter defendido temas polêmicos. Tinha consciência do que eu estava fazendo e que estava ajudando a agropecuária brasileira". Preservação - Vencedor na categoria Pesquisa, o chefe-geral da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, salientou o trabalho que vem sendo feito em parceria com a CNA para demonstrar, a partir de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o papel fundamental dos agricultores na preservação ambiental. "Esse trabalho demonstra quanto os produtores do Brasil dedicam do seu patrimônio em prol do meio ambiente, preservando 218 milhões de hectares no país, ou seja, 25% do Brasil está preservado dentro dos imóveis rurais, enquanto todas as unidades de conversação preservam 10%", afirmou. Filho de produtores de leite, o jornalista Valteno de Oliveira contou que sempre foi ligado ao setor e que possui uma admiração muito grande pelo trabalho dos agropecuaristas brasileiros. "Fico muito emocionado porque eu nasci no campo, no campo me criei e do campo nunca me separei. Mesmo cobrindo outras áreas, essa foi sempre uma vocação que eu tive". A cerimônia de entrega do Prêmio CNA Agro Brasil também contou com a presença de diretores da CNA e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além de presidentes de Federações da Agricultura de diversos estados, autoridades e representantes de entidades do Conselho do Agro. Antes da entrega do prêmio, a CNA reconheceu as federações de agricultura e pecuária da Bahia, Goiás e Minas Gerais pelo destaque nas ações de comunicação desenvolvidas em 2018 para fortalecer a imagem da agropecuária.


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