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Agronegócio exporta US$ 55,3 bi apesar das quedas das bolsas internacionais

Agronegócio exporta US$ 55,3 bi apesar das quedas das bolsas internacionais


Apesar das quedas nas bolsas internacionais em setembro, os contratos de exportação de produtos agropecuários ainda foram realizados em níveis altos de preço, o que resultou em novo recorde para o período, somando US$ 55,3 bilhões de janeiro a setembro. Este total representa um aumento de 29,2% em relação ao ano passando, quando o agronegócio exportou US$ 42,8 bilhões no mesmo período. Até o final do ano, no entanto, a previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é que os preços exportados reduzam em função das quedas das commodities. "Mas esta redução não será suficiente para diminuir os recordes históricos de exportações e saldos esperados para 2008", diz Matheus Zanella, assessor técnico da Comissão Nacional de Comércio Exterior da CNA. As exportações do complexo soja aumentaram 71% de janeiro a setembro, somando US$ 15,3 bilhões no período. Este resultado se deve muito mais aos preços, que subiram 64,6%, do que ao volume exportado, que cresceu apenas 3,9%. Na avaliação de Zanella, as fortes quedas nos preços da commodity nas bolsas não deverão alterar as expectativas de recorde histórico no fechamento das exportações de soja. "O Brasil tem se beneficiado de uma demanda aquecida na Ásia e na Europa, além das restrições de oferta de seus competidos, como Estados Unidos e Argentina", explica o assessor técnico. Embora ainda se ressinta dos efeitos das restrições impostas pela União Européia à importação de carne bovina in natura, que afetaram as exportações no primeiro semestre, o segmento mostra sinais de recuperação. Apesar da redução de 13,1% no volume exportado de carne bovina, de janeiro a setembro, a comparação de setembro deste ano com o mesmo mês de 2007 já revela aumento de 9,4% no volume exportado. Em valores, no entanto, as exportações de carne bovina subiram 25,2% em relação ao período de janeiro a setembro do ano passado. "Os preços continuam favoráveis, o que resultou em exportações de US$ 4,1 bilhões, no acumulado do ano", afirma Zanella. Outro setor que mostra recuperação nos resultados da balança comercial do agronegócio é o sucroalcooleiro. O reaquecimento das compras de etanol pelos Estados Unidos foi o principal responsável pelo total das exportações de US$ 5,5 bilhões do segmento até setembro. As exportações de etanol cresceram 51,6%, acumulando US$ 1,8 bilhão nos nove meses do ano. Também chama atenção o ritmo de crescimento das exportações de lácteos, favorecidas pelas compras da Venezuela, que atingiram US$ 397 milhões até setembro. "Este resultado mostra um aumento de 160,1% em relação ao mesmo período do ano passado", afirma o assessor técnico da CNA. Quanto as importações do agronegócio, favorecidas pelo dólar abaixo de R$ 2,00 em setembro, cresceram 55,1% no mês, totalizando US$ 1,0 bilhão. No acumulado do ano, já foram importados US$ 8,9 bilhões em produtos do agronegócio, com destaque para trigo e borracha natural. "Espera-se que a taxa de crescimento das importações reduzam levemente até o final do ano", prevê Matheus Zanella.