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CNA: Novo código florestal reduzirá insegurança jurídica no campo

CNA: Novo código florestal reduzirá insegurança jurídica no campo


Brasília (07/07) - O novo Código Florestal reduz o quadro de insegurança jurídica no campo, um dos grandes problemas da agropecuária nacional. A avaliação é da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu. O relatório com mudanças na legislação ambiental foi aprovado ontem em Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O texto precisa ser avaliado pelo Plenário da Câmara antes de seguir para o Senado. Ela lembrou que a questão das multas, motivo de preocupação no campo, foi solucionada no relatório do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da matéria na Comissão Especial. Pelo relatório, produtores rurais que desmataram até julho de 2008 estão isentos de pagamento de multa. "Foi um bom avanço. O relatório estabeleceu prazo e zerou todas as multas. Além disso, foi respeitada a data do tamanho da reserva legal., afirmou. Ao comentar a aprovação do relatório, a senadora lembrou que a legislação ambiental mudou nos últimos anos, o que trouxe insegurança para os produtores rurais. "Até 2000, a reserva legal era de 50%. A partir de 2000, passou para 80% na Amazônia.", disse. Considerando a mudança, não é correto falar em anistia das multas, ressaltou a senadora. "Isso é anistiar? Isso é cumprir a Constituição.", afirmou. Sobre o relatório, ela disse que o texto é "o possível, não o ideal". A senadora comemorou, no entanto, o fato de a legislação ambiental estar sendo debatida no Congresso. "Nós estamos pela primeira vez avaliando atos monocráticos. O Brasil de 850 milhões de hectares não pode ser feito por uma mão só dentro de quatro paredes.", lembrou. A senadora lembrou também que a manutenção da atual legislação ambiental representa queda na produção agropecuária e, consequentemente, aumento dos preços dos alimentos. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a senadora disse que o País tem apenas 219 milhões de hectares para a agropecuária, dos 850 milhões de hectares do território brasileiro. "O que pode acontecer daqui a 10 anos se não houver uma atualização do código. O que vai sobrar para a produção se a tendência da cobertura vegetal é aumentar? Vamos compensar onde?", questionou. A partir desses dados, ela lembrou que os pequenos agricultores são os principais beneficiados pelo novo Código Florestal. "São pessoas que vivem em situação de pobreza absoluta. São pessoas que têm renda de R$ 321 por mês. Essas pessoas ficaram isentas da reserva legal", afirmou. Ainda na entrevista coletiva, a presidente da CNAdefendeu o respeito total ao princípio da defesa concorrente, previsto no artigo 24 da Constituição, permitindo que os estados possam legislar junto com a União nas questões referentes ao meio ambiente. Este foi um dos pontos de discórdia da senadora em relação ao relatório do deputado, que não deu poder absoluto aos estados para decidir sobre as Áreas de Preservação Permanente (APPs) próximas aos rios. Ela argumentou que, com o dispositivo constitucional, caberia à União decidir sobre as normas gerais e os estados fariam suas leis de acordo com suas peculiaridades. "Margem de rio medida em Brasília é o fim da picada. Muitas vezes o rio pode ser estreito, mas precisar de margem larga. Um rio pode aguentar plantio de margem mais curta, e há aqueles que precisam de margem mais larga. Isso nós procuramos aprender com a ciência, com a Embrapa", justificou a presidente da CNA, citando como exemplo os rios Tocantins e Araguaia. Pelo texto final aprovado ontem na Comissão Especial na Câmara criada para discutir a reforma do Código Florestal, foi retirada dos estados a opção de reduzir a distância entre as margens dos rios e as plantações em até 7,5 metros. A redução ficou de 30 para 15 metros. Assessoria de Comunicação da CNA Fone: (61) 2109-1419 www.canaldoprodutor.com.br