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CNA lança Política de Governança Climática da Agricultura na Rio+20

CNA lança Política de Governança Climática da Agricultura na Rio+20


A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou, nesta quarta-feira (20), no espaço AgroBrasil, no Pier Mauá, a Política de Governança Climática da Agropecuária (PGCA). Com a iniciativa, a entidade que representa mais de cinco milhões de produtores rurais brasileiros, cria instrumentos como a plataforma de serviços ambientais, que permitirá, a partir da próxima semana, que os produtores acessem uma rede de informações sobre comércio de créditos de carbono de neutralização, a partir de atividades de redução e sequestro de emissões na produção rural. Segundo o vice-presidente da CNA, Assuero Veronez, as mudanças climáticas causarão impactos na agricultura e é importante assumir o compromisso de ser protagonista neste processo. "A CNA se antecipa e cria uma oportunidade para que os produtores possam obter vantagens econômicas ao adotarem atividades de baixa emissão de carbono", destacou. Considerado um dos setores mais vulneráveis às alterações climáticas devido aos impactos nos recursos hídricos, no solo e na produtividade, a Política de Governança Climática da Agropecuária (PGCA) pretende estimular o setor a adotar boas práticas na atividade, sem afetar a produção, criando mecanismos de compensação pelo uso sustentável dos recursos naturais e a conservação de ecossistemas. O consultor do ICNA, Paulo Henrique Borges, revelou que a plataforma trará uma nova realidade aos produtores. "O acesso à plataforma será livre. Para isso, basta preencher o cadastro da propriedade, que estará disponível na próxima semana no site do Canal do Produtor - www.canaldoprodutor.com.br - da CNA. Esperamos criar um ambiente de negócios no futuro", disse. Para dar suporte à Política de Governança Climática, está sendo desenvolvido um laboratório virtual do clima e um observatório do meio ambiente, em parceria com universidades. Um dos instrumentos proposto na PGCA é o Mercado Agropecuário de Redução de Emissões (MARE). Trata-se de um sistema de comércio de créditos de carbono para estimular as propriedades agrícolas a adotarem práticas sustentáveis. O MARE, além de se incentivar a produção com baixa emissão de gases de efeito estufa, possibilitará uma receita extra ao produtor por meio da comercialização de créditos de carbono. "Temos duas comunidades ribeirinhas que vivem a margem do rio Cuiabá, que estão sendo remuneradas para neutralizar carbono de empresas, com a plantação de árvores", contou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, que apresentou no seminário o modelo adotado no seu Estado. "Acredito que, com a Política da Governança Climática da CNA, isso será possível a nível nacional", afirmou Prado. O projeto piloto no Mato Grosso foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como modelo mundial de mitigação de mudanças climáticas na agricultura. Por ser uma norma voluntária, a Política da Governança Climática da Agricultura servirá de exemplo para a execução de ações que levem à redução das emissões de carbono, nos moldes manifestados pelo Governo brasileiro, a exemplo do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Assessoria de Comunicação da CNA (61) 2109-1419 www.canaldoprodutor.com.br