Farsul

Arrozeiros aponta tendênciade alta no preço da energia

Arrozeiros aponta tendênciade alta no preço da energia


O impacto dos preços controlados no custo de produção do arroz foi um dos temas da reunião da Câmara Setorial Nacional do cereal, realizada nesta terça-feira, na Casa da Farsul em Esteio, durante a 37ª Expointer. Há preocupações especialmente com os gastos com energia elétrica e com óleo diesel. A tendêcia é de novos aumentos nessa categoria, avalia o economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, que participou do encontro.
 
Depois do aumento de cerca de 30% na tarifa de energia elétrica no Estado em abril, o gasto estimado por hectare passou de R$ 401 para R$ 522. Em uma lavoura de 100 hectares, isso significa um gasto extra de R$ 12.147. O impacto dessa alta no custo operacional total foi de 2,8%. O problema é que os preços seguem represados. O custo do MW/h, que historicamente ficava em R$ 100, bateu em R$ 414 em 2013 e hoje está em R$ 694, segundo dados compilados pela assessoria econômica do Sistema Farsul. "A gente sabe que as empresas de energia estão tendo prejuízos, e há uma diferença maior do que os 30% já repassados", afirma da Luz. O aumento da necessidade de utilização de usinas termelétricas, em virtude da redução da produção hidrelétrica, eleva o custo de geração.
 
Entre os motivos para o aumento do custo está a redução da geração, que passou de 43.603 Xw/h em março do ano passado para 31.051 XW/h.
 
Mas o déficit hídrico não é o único motivo para essa queda. Ele afirma que os investimentos aquém do necessário nos últimos anos, as políticas que estimularam o consumo e a falta de planejamento foram decisivos para a situação crítica atual. "Hoje, dos 167 parques eólicos brasileiros, 36 não contribuem para o sistema. Estão gerando energia para nada, porque ainda não estão ligados a linhas de transmissão", exemplifica o economista.
 
No caso do diesel, que abastece tratores, colheitadeiras e em alguns casos bombas d'água, a alta no custo foi de 23,84% nos últimos 48 meses. Somente em abril, o aumento foi de 9,95%. E a tendência é de mais altas, já que os preços dos combustíveis no Brasil seguem descolados do mercado internacional, afirma o economista do Sistema Farsul.&nbsp