Uma comitiva formada por representantes de 12 países africanos está no Ceará para conhecer os métodos de produção agropecuária utilizados no País e para treinamentos em segurança alimentar e capacitação rural.A visita faz parte do acordo de cooperação internacional assinado, no ano passado, entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, que prevê visitas a propriedades rurais e a instituições de ensino brasileiras para transferência de conhecimentos a técnicos e agricultores dos países africanos. "Queremos que todo o conhecimento que o Brasil adquiriu em produção, em tecnologia, seja repassado. Dessa forma, podemos contribuir para reduzir a fome em 50% antes de 2015, que é o prazo definido pela ONU (Organização das Nações Unidas) como a prioridade número um das Metas do Milênio", disse a presidente do SENAR, senadora Kátia Abreu. Pelo acordo assinado, o SENAR atuará em seis frentes de ação: propriedades rurais; oficinas de formação de recursos institucionais; capacitação de profissionais e técnicos em ciências agrárias; capacitação de lideranças locais e transferência de tecnologias; intercâmbio de profissionais entre os países e avaliação e monitoramento das atividades. A comitiva de 20 pessoas, que está no Ceará desde segunda-feira, é o primeiro dos vários grupos que visitarão o Brasil. Em Quixeramobim, a 203 quilômetros de Fortaleza, acompanhou o curso para utilização da palma forrageira na alimentação do rebanho bovino em épocas de pasto seco, promovido pela Administração Regional do SENAR no Ceará. "Podemos chamar de ?planta milagre? para as regiões semi-áridas do mundo inteiro", afirmou o engenheiro agrônomo Vital Kabengele, da República Democrática do Congo, impressionado com os benefícios da palma forrageira, planta típica do semi-árido nordestino. "Se a palmaconseguir reduzir os custos de produção, é uma alternativa bastante interessante," avalia o técnico africano. Hoje, (16/9), o grupo permanece em Quixeramobim para assistir cursos sobre qualidade do leite e derivados e ovinocaprinocultura. Já esteve, também, em Pacajus, onde aprendeu técnicas de produção e cultivo do caju e seu aproveitamento na alimentação humana. Em Fortaleza, seus integrantes conheceram as metodologias do SENAR nos cursos de Formação Profissional Rural (FPR) e Promoção Social (PS). Para Memory Maraidza, técnica agrícola do Zimbabuê, este intercâmbio com o SENAR poderá ajudar a melhorar a qualidade da alimentação humana. O Ceará foi o primeiro Estado brasileiro a receber os agricultores e técnicos africanos. Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Paraná também serão visitados por outras comitivas nos próximos meses. Os principais critérios adotados pelo SENAR na seleção dos locais para o desenvolvimento dos cursos foram condições de solo, clima e a estrutura fundiária semelhantes aos países da África.
Senar ensina técnicas de produção agropecuária a africanos
Senar ensina técnicas de produção agropecuária a africanos
16/09/2010 16:45