A Interagro ? Rede Agropecuária de Comércio Exterior ? realizou um seminário nesta terça-feira, 29/08, durante a 40ª Expointer, em Esteio, no Rio Grande do Sul, para incentivar a aproximação entre produtores rurais com a pauta da exportação. O evento, realizado pela CNA e Apex Brasil, contou com apoio da Farsul e do Sistema Fecomércio RS. O objetivo do encontro, que contou com palestras e painéis de discussão, foi apresentar aos participantes da feira agropecuária de caráter internacional as vantagens de investir em exportação, os caminhos para aproveitar o potencial de mercados internacionais e os desafios em termos de logística para inserir os produtos brasileiros a preços competitivos no exterior. A superintendente de Relações Internacionais da CNA, Ligia Dutra, destacou que o Brasil tem um bom potencial de diversificação nos produtos do agronegócio, já que, apesar de ser um reconhecido exportador de alimentos, a maioria das exportações ficam restritas a uma cesta de dez produtos. A superintendente adiantou que o acesso a mercados alternativos, uma solução para equilibrar problemas de excesso de oferta que causam queda nos preços pagos ao agricultor, está ao alcance dos produtores. ?Queremos que o produtor rural seja o porta-voz dos seus próprios interesses. Para que possa produzir e exportar, o produtor deve conhecer o comprador e as exigências do mercado consumidor para quem ele pretende vender. Esse conhecimento é necessário para ajustar todo o processo, que começa antes mesmo da compra das sementes?, avisa Ligia. O vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, reiterou o potencial do Brasil para se firmar como principal fornecedor de alimentos do mundo nos próximos 30 anos, usando como comparação o continente africano que, apesar de vastas terras agriculturáveis e proximidade com os continentes africano e asiático, enfrenta instabilidade política constante que ameaça a manutenção da propriedade privada na maioria dos países que fazem parte da África subsaariana. ?Nós temos a obrigação de entender e discutir mercados internacionais. É na América do Sul que está o principal potencial de expansão da exportação de alimentos. O Brasil já comercializa para mais de 170 países, o que significa que somos muito cobrados lá fora. Eventos como esse são fundamentais para identificarmos os problemas e os gargalos que temos à exportação no Brasil?, afirma Gedeão Pereira. O representante da Apex Brasil, Tiago Terra, apresentou a agência e os principais programas voltados à agropecuária. Terra ressaltou a importância do agronegócio na balança comercial do Brasil, que representa mais de 40% das exportações do país e apontou as vantagens de investir em exportação. ?Quem exporta tem ganhos em termos de diversificação de mercados, alternativas em tempos de crise e as adequações às normas de outros países traz ganhos ao mercado interno?, aponta Terra. Na sequência, painéis apresentados pelo engenheiro Daniel Lena Souto e pelo diretor de Promoção de Investimentos Estrangeiros e Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, Evaldo da Silva Júnior, motivaram um debate mediado pelo vice-presidente da Fecomércio, Arno Gleisner, sobre os gargalos em termos de logística e infraestrutura, que dificultam e encarecem o acesso aos mercados internacionais. Questionado sobre como enfrentar as necessidades de expansão das ferrovias e hidrovias em um cenário de crise econômica, o representante do MAPA apontou a possibilidade de ingresso de investimentos estrangeiros, que já contaria com manifestações de interesse.
Seminário Interagro busca aproximar produtores de mercados internacionais na 40ª Expointer
Seminário Interagro busca aproximar produtores de mercados internacionais na 40ª Expointer
29/08/2017 19:55