Presidente do Sistema Farsul avalia medidas do governo

O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, disse que as medidas anunciadas pelo governo federal para o setor agrícola atendem a antigos pedidos das entidades.Citou a ampliação de 25% para 30% na exigibilidade de aplicação em crédito rural de recursos captados pelos depósitos à vista, o chamado compulsório, que vem sendo pedida há mais de 2 anos. A medida vai adicionar R$ 5,5 bilhões ao crédito rural. Sperotto também comentou a desoneração de risco para produtores endividados. Carta-circular prevê que o enquadramento dos agricultores seja analisado caso a caso, mantendo ou até reduzindo o nível de risco. Até então, os bancos seguiam a resolução que prevê alta no risco dos mutuários.Sperotto disse que até gerentes de bancos estavam pedindo que fosse desfeito o quadro de desobstrução. Ele esperaimplementação da regra na próxima semana.Informou que alguns bancos que têm solicitação de contrato em carteira já estão procedendo da nova forma. Os produtores que ainda estiverem enfrentando dificuldades devem informar a Farsul. Em relação à crise financeira mundial, Sperotto disse que os produtores estão preparados. Segundo ele, o fertilizante estava tão caro que já se equiparava ao dólar em torno de R$ 2,20. "Quanto às comodities, não adianta nos preocuparmos muito agora com os preços porque não temos produto para vender hoje. É hora de realizar a tarefa do plantio dentro do calendário rigoroso. A tranqüilidade aparente do setor é fruto de anos de sofrimento enfrentados pela atividade e infelizmente hoje o problema chegou a outros setores que não sabem como enfrentá-lo. Nós, produtores, estamos preparados e conscientes em nossas ações e há muito vínhamos alertando para a necessidade de cuidar do negócio e não onerar a produção, agindo com cautela. Agora não fazemos nenhuma orientação para vender ou não vender. O produtor deve estar bem informado para adotar o melhor procedimento", concluiu Sperotto.