O segundo sábado de Expointer é data reservada para celebrar os cabanheiros, trabalhadores que são os primeiros a entrar e os últimos a saírem do parque com seus animais. Debaixo do sol da praça central, em frente à Casa da Farsul, eles esperam o inicio do evento feito para eles. Já fazem 19 edições que a festa, organizada pelo Diretor Administrativo da Farsul, Francisco Lineu Schardong, acontece sem falta. A data do evento tem motivo: é o dia seguinte ao desfile dos animais campeões, as grandes estrelas da feira, e o trabalho dos cabanheiros é cuidar dessas estrelas, 24 horas por dia, durante semanas. Em cima do palco, Marcelo Cachoeira enfileira clássicos da música nativista, enquanto Schardong sorteia os números distribuídos para os profissionais durante o desfile. Os prêmios são variados, de caixas de som até uma televisão e uma bicicleta. Os premiados refletem o público que trabalha com animais. São adultos e crianças, homens e mulheres, alguns com dezenas de feiras nas costas, alguns acompanhando os pais pela primeira vez, torcendo para ter seu bilhete chamado. ?Aqui se falou muito em artistas do sertanejo esse ano?, fala Schardong ao microfone. ?Pra mim, os grandes artistas dessa feira são vocês, que traze seus animais pra cá?, continua. E chama mais um número. Às vezes, o prêmio demora a sair e, às vezes, os números sorteados saem um atrás do outro. Quando isso acontece, os cabanheiros comemoram a vitória dos colegas. No fundo, um menino de não mais que 8 anos grita ?sorteia o 228!?. Demora um pouco, mas ele recebe um prêmio e tira uma foto com a Rainha e as Princesas da Expointer. Os últimos três prêmios são sorteados (um micro-ondas, uma TV de 32 polegadas e uma bicicleta), e Schardong agradece os presentes. ?Se Deus quiser, ano que vem a gente volta aqui pra mostrar o que sabemos fazer de melhor, que é cuidar dos nossos animais?. Com isso, os cabanheiros se levantam e, um a um, se misturam ao público que vê a feira como um lugar para passear. As estrelas da Feira precisam de cuidados, a Expointer ainda não acabou, e é hora de eles fazerem o que melhor sabem fazer.