Missão técnica do Juntos para Competir traz novidades a produtores gaúchos
Missão técnica do Juntos para Competir traz novidades a produtores gaúchos
O grupo de 18 pessoas que participou da missão do programa Juntos para Competir para Austrália e Nova Zelândia retornou no início de maio com novidades e inspirações para o setor ovino e bovino. Foram 15 dias com visitas a propriedades, universidades, centros de pesquisa e empresas para conhecer técnicas e práticas de manejo usadas nos países. Entre os participantes, estavam técnicos do SENAR-RS e SEBRAE/RS e produtores participantes do programa, que tem ainda o apoio da FARSUL. O objetivo da viagem era trabalhar conceitos de manejo alimentar para sistemas de produção ovina e bovina, tanto para corte quanto para leite. "Os destinos foram escolhidos devido à excelência no modelo adotado por ambos países e aos resultados obtidos"- explicou o Superintendente do SENAR-RS, Gilmar Tietböhl. Para o dirigente, foi uma ótima oportunidade para abrir horizontes e conhecer outras realidades e conceitos que os produtores podem reproduzir em suas propriedades. Chamou muito a atenção de todos a preocupação dos produtores com a alimentação dos animais. "Eles tratam as pastagens como tratamos as lavouras, fazendo irrigação, análise e correção de solo", destacou Tietböhl. Existe muita pesquisa em relação ao melhoramento de plantas forrageiras adaptadas ao clima e uma tendência em cima da perenização de espécies. "O que percebemos é que trabalham com muita clareza os conceitos de produção forrageira", apontou o técnico em formação do SENAR-RS Antonio Aguinaga. Outra questão que foi destaque é a valorização do produtor rural por parte da sociedade. "Ele é visto como um presevador do meio ambiente e alguém que produz artigos de qualidade", destacou Aguinaga. Para o produtor Fábio da Silva Azeredo, que participou da missão, como aqueles países são essencialmente agropecuários, esta valorização é normal. Porém, ele aponta que um grande diferencial é a extensão rural da pesquisa. "O que se vê aqui é a pesquisa não muito alinhada a necessidades do produtor, e lá é o oposto: vemos ela sendo aplicada na prática", explicou Azeredo. Aguinaga também destaca a sinergia entre pesquisa e aplicação no campo como um ponto chave para o sucesso dos produtores. Na Austrália, há um déficit hídrico muito grande, o que torna ainda mais importante esse trabalho. Mesmo em um ambiente muito árido e sem a possibilidade de irrigação, os australianos conseguem fazer muita coisa e ganhar destaque no mercado, conta. Como ambos países dependem muito das exportações, há uma preocupação com a constante melhoria dos sistemas e com melhoramento animal. Com as informações em mãos, os produtores gaúchos que foram para a Oceania devem agora mostrar aos demais integrantes dos seus grupos de trabalho os conceitos vistos e como são postos em prática do outro lado do mundo. A ideia é difundir esses conceitos através do Programa Juntos para Competir,para que cada produtor possa analisar a viabilidade de colocá-los em prática em suas propriedades. "Embora seja mais difícil de se fazer em áreas grandes, é possível dar mais atenção à correção do solo e à questão da irrigação e, com isso, chegar mais próximo da produção daqueles países", projetou Azeredo, que explicou que lá as propriedades são de menor tamanho. O programa O Juntos para Competir", parceria entre SENAR-RS, FARSUL e SEBRAE/RS, visa ao desenvolvimento das principais cadeias produtivas do agronegócio do Estado, através da capacitação, integração e organização dos diferentes segmentos agropecuários. Em 2013, foram beneficiados 2.474 mil produtores, através de consultorias, cursos presenciais e palestras que aperfeiçoam aspectos de gestão empresarial, tecnologia, agregação de valor ao produto e posicionamentos para a competitividade.