Em reunião com centenas de produtores rurais ligados ao Sistema Farsul, nesta sexta-feira, na Expointer, em Esteio (RS), a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Senadora Kátia Abreu (DEM), previu que o texto do projeto de lei de um novo código ambiental estará pronto em um mês. A proposta será apreciada na Câmara dos Deputados. "Quero que fiquem tranquilos com relação ao código florestal brasileiro. Estamos há oito meses trabalhando nisso e não ficaremos a reboque de meia dúzia de ONGs ambientalistas estrangeiras que querem ditar regras ao Brasil. Não são elas que vão mandar nos brasileiros. Vamos apresentar um projeto em 30 dias, que não será nem dos produtores, nem dos ambientalistas, mas um projeto do Brasil. E, se a proposta é boa para o país, é boa também para os produtores. Precisamos de uma legislação que seja compatível com preservação ambiental e com a produção de alimentos, porque não conheço ninguém que só respire e não coma", discursou Kátia Abreu. Para ela, uma nova lei precisa ser aprovada até 11 de dezembro, a partir de quando um decreto federal determina a averbação de uma área de 20% de reserva legal, com cobertura nativa, na propriedade. O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, salientou a importância do trabalho dos parlamentares em Brasília para garantir uma legislação compatível com a realidade da produção. "Será naquela arena (do Congresso) que teremos de resolver nossos assuntos", afirmou. No início da manhã, no "Fórum Canal Rural: Código Florestal - Entrave ou Solução?", Kátia Abreu, apresentou os princípios que devem nortear um novo código, incluindo remuneração aos produtores que preservam, desmatamento zero na Amazônia, manutenção das atuais áreas de produção e recomposição de matas ciliares. "Estamos prontos para corrigir nossos erros, como nas matas ciliares. Não seremos intransigentes nem reacionários, como muitos dizem por aí", disse a Senadora. No encontro com produtores, Kátia Abreu também comentou a proposta de correção de índices de produtividade da atividade agropecuária. "Ontem, um jornalista me perguntou quanto é a produtividade hoje e quanto é a proposta de novos índices. Eu respondi que não quero nem saber, eu não quero é (qualquer) índice de produtividade. Nada acontece à indústria quando ela baixa sua produtividade com a crise; as lojas diminuem funcionários, os serviços também, e não são cobrados. Por que então nós produtores temos de produzir prejuízo, produzir quando estoques da China, dos Estados Unidos, do Brasil estão abarrotados? Nos recusamos a isso", questionou. A reunião entre a presidente da CNA e os produtores gaúchos iniciou com desfiles de cavalos crioulos, nos quais os cavaleiros entregaram bandeiras às autoridades. Coube a Kátitia Abreu receber a do Brasil. O encontro reuniu representantes de 82 sindicatos rurais.