O Fórum Internacional da Comercialização do Arroz realizado nessa sexta-feria, 27/01, na 2ª Expodinâmica e Tecnológica Tecnologias para Metade Sul, em Jaguarão, discutiu o mercado futuro para o grão dentro do cenário do Mercosul e dos demais países. O coordenador do Fórum, presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz e da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, disse que há um alerta para a possibilidade de repetição dos mesmos problemas de preço registrados na comercialização da safa passada e para evitá-los será necessário desenvolver uma engenharia entre indústrias e setor produtivo visando a construir mecanismos ágeis que vigorem no início da colheita. Precisamos de leilões de Contratos de Opção e de PEP já na abertura da safra", salientou. Schardong ressaltou que o PEP deve estar preparado para entrar em operação se o preço de mercado cair abaixo do mínimo de R$ 25,80. O mecanismo é usado para estimular as exportações. O ano comercial que se encerra em fevereiro deve terminar com recorde nas exportações de arroz gaúcho, chegando a 2 milhões de toneladas. Schardong demonstrou ainda preocupação com o grande volume de estoques público e privado que pode trazer mais prejuízo do que a redução de área e a seca que diminuíram a produção total. No Fórum também foi reforçado pedido do setor para aumento da TEC (Tarifa Externa Comum) na importação de arroz de terceiros mercados de 12% para 30%, funcionando como uma proteção para o Mercosul. Os produtores estão preocupados com a possível sobra de arroz no mundo e a entrada deste produto no Brasil. Francisco Schardong saudou ainda o cultivo da soja na metade sul. Segundo ele, soja e arroz são o casamento perfeito. "A soja beneficia o arroz, porque o produtor vende no mercado futuro uma parte da produção de soja e quando começam a vencer os financiamentos de custeio ele faz dinheiro com a soja para pagar também a despesa do arroz, saindo da pressão de comercialização no início da colheita", analisou Schardong. O diretor executivo do FLAR (Fundo Latinoamericano do Arroz), o uruguaio Gonzalo Zorilla, ressaltou que os problemas de comericalização enfrentados pelos produtores gaúchos são diferentes dos demais países do Mercosul, porque o Uruguai, por exemplo, tem tradição na exportação, vendendo hoje 95% da produção para mais de 40 países, inclusive para o Brasil. De acordo com ele, no país vizinho, o plantio de soja ainda é pequeno nas áreas tradicionais de arroz, embora reconheça que seria ideal a rotação entre as duas culturas. A Expodinâmica apresenta alternativas de diversificação na produção agrícola da metade sul com introdução de soja, milho, feijão, sorgo e forrageiras. O Sistema Farsul está presente na Expodiâmica com oficnias do Senar e reuniões técnicas. Nessa quinta-feira, 26.01, o presidente do Sindicato Rural de Santa Vitória do Palmar, Fábio Avancini, assumiu a coordenação da Regional 7 da Farsul, durante reunião realizada na feira.