Farsul

Encontro discute convivência da pecuária com a agricultura

Encontro discute convivência da pecuária com a agricultura




A 41ª Etapa do Fórum Permanente do Agonegócio iniciou esta manhã no auditório do Park Hotel Morotin, em Santa Maria, com um público superior a 800 pessoas. O superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl, abriu os trabalhos falando sobre o tema do encontro e dos seus objetivos: ?Nessa oportunidade, estamos trazendo estudiosos e técnicos no assunto de bovinocultura de corte para discutir qual a melhor forma de alcançar a excelência para competir com outros mercados sem precisar brigar por espaços com a nossa própria agricultura, mantendo renda e qualidade de vida na produção pecuária?, argumentando sobre a pergunta do evento ?De onde virão os terneiros?? Na cerimônia de abertura também participaram o gerente de agronegócio do Sebrae, João Paulo Kessler; o chefe da divisão técnica do Senar, João Telles, e o professor da UFRGS, José Fernando Lobato; representando as entidades organizadoras do evento. Logo após, a zootecnista e professora Luciana Potter falou sobre a estrutura do rebanho gaúcho, apresentando um histórico de estudos feitos de 1979 até hoje sobre o desempenho bovino e o aumento de produção de terneiros. Segundo ela, os terneiros virão do bom manejo das novilhas, dos cuidados com o pré-acasalamento e da suplementação dos animais. Na sequência, o professor do departamento de solos da UFSM, Ricardo Dalmolin, e o técnico da Emater, Cláudio Ribeiro, falaram sobre a realidade dos solos e possibilidades de melhoria das pastagens para o rebanho, além do perfil do agropecuarista familiar, que representa 30% dos pecuaristas gaúchos e são de fundamental importância para a sobrevivência da pecuária do estado. O convidado especial do evento e doutor em genética pela Universidade do Texas, professor David Riley, despertou o interesse dos participantes sobre os investimentos genéticos daquela região americana a partir de técnicas como o vigor híbrido, que busca obter um melhoramento genético rápido, reunindo em um só animal as boas características de duas ou mais raças. A manhã terminou com o debate entre os palestrantes e a interação destes com o público por meio de perguntas. Na abertura do 2º painel, à tarde, o presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, disse que o RS tem ambiente para convivência da agricultura e da pecuária, sem competição entre as duas atividades que podem ser complementares. ?Decidimos fazer este evento para discutir a melhor forma de manter a produção de terneiros no Estado que se transformou no celeiro de terneiros de qualidade. Para isso, trouxemos palestrantes de altíssima qualidade que mostraram que o gado não precisa de espaço, precisa de alimentação e investimentos na genética e nos cruzamentos. A remuneração do mercado é uma preocupação futura?, ressaltou Sperotto. Para ele, a presença de mais de 800 participantes mostra o interesse pelo assunto. Sperotto disse que o crescimento da soja em áreas tradicionalmente destinadas à pecuária e ao arroz não significa que o produtor está cheio de dinheiro no bolso, porque houve quebra de quase metade da lavoura na última safra devido à seca e o produtor não tinha grão para vender. ?A maior dívida está na agricultura. A pecuária tem dado conta sozinha. Nos dois últimos anos foi praticado o melhor preço na pecuária do RS?, destacou Sperotto. Avaliação do superintendente do Senar-RS, Gilmar Tietböhl