Farsul

Chuva permite avanço do plantio na maioria das regiões

Chuva permite avanço do plantio na maioria das regiões


O início do período de chuvas repôs os índices de umidade do solo e permitiu o avanço do plantio da safra de grãos nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do País. Na região Sul, o volume de chuvas continua abaixo do normal, o que pode comprometer o desenvolvimento das lavouras. "Os produtores estão apreensivos com a possível confirmação dos impactos negativos do fenômeno La Nina para o desenvolvimento das culturas", avalia o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner. A principal característica do fenômeno climático La Niña é a falta de chuvas. A avaliação consta na edição de novembro do boletim "Custo e Preço", elaborado pela CNA, que indica que, no caso da soja, 76% da área prevista para o ano-agrícola foi plantada até o mês passado, o que significa 24,024 milhões de hectares. Em igual período do ano passado, o porcentual de plantio das lavouras de soja era praticamente o mesmo. O volume de chuvas registrado no Sudeste e Centro-Oeste no mês de outubro não foi suficiente, no entanto, para garantir a melhora significativa das condições das pastagens que servem de alimento para as vacas, fator que continuou dando suporte aos preços do leite. "Além disso, a alta dos preços dos grãos elevou os custos de produção, que, aliados à escassez de volumoso, contribuíram para a redução da produção de leite nas principais bacias leiteiras", afirmou o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim. Os preços pagos aos produtores pelo leite subiram, em média, 1,83% na comparação com setembro. No Paraná, os preços subiram 3,47%, maior aumento no período, e em Goiás, 1,93%. Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, no entanto, as cotações pagas pelo litro de leite recuaram 0,24% e 0,6%, respectivamente. Os preços da soja também caíram no mês. Em média, a queda foi de 5,4%, mas em Rio Verde (GO) as cotações recuaram 8,69%. Em Unaí (MG), a queda foi de 5,31% e em Londrina (PR), 4,91%. A queda das cotações no mercado nacional foi influenciada principalmente pela redução dos preços da soja no mercado internacional. Dois fatores justificam a queda. O primeiro é a possibilidade de a China, principal importador mundial do complexo soja, adotar medidas de controle financeiro, o que pode reduzir a demanda local por grão, farelo e óleo de soja. Outro fator que justifica a queda é a forte valorização do dólar frente a outras moedas, principalmente o euro, que derrubou as cotações de petróleo e de algumas commodities agrícolas. José Mário Schreiner avalia, no entanto, que a tendência é de alta para os preços da soja, reflexo das incertezas climáticas da produção na América do Sul. Os mesmos fatores que reduziram as cotações da soja influenciaram de forma negativa no ritmo dos preços do milho. Na Bolsa de Chicago, a cotação do grão caiu de US$ 6 por bushel para US$ 5,25 por bushel em novembro. No mercado interno, os preços caíram, em média, 2,8% em relação à semana anterior. A maior queda foi registrada em Londrina (PR): 5%. Em Rio Verde (GO), os preços recuaram 1,65% e em Sorriso (MT), 1,95%. www.canaldoprodutor.com.br