Argélia quer investimentos brasileiros

Argélia quer investimentos brasileiros

09/11/2007 12:00
O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Argélia, Said Barkat, defendeu nesta quinta-feira (8/11) uma parceria comercial sólida com o Brasil e propôs que os produtores rurais brasileiros conheçam o país africano e invistam na produção. "Um produtor que produz o leite aqui e exporta para nós pode produzir o leite lá", disse o ministro, fazendo alusão aos produtos lácteos, que são um dos principais itens importados pela Argélia do Brasil. O ministro e sua comitiva foram recebidos pelo presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio de Salles Meirelles, na sede da entidade. Barkat também afirmou que são necessários mais encontros entre representantes dos dois países, para que conheçam a economia do próprio país e a do parceiro. Ele classificou o Brasil como um país cujos laços vão além do campo político, o que estreita o relacionamento entre as duas nações. "Muitos países batem à nossa porta, mas é sempre preferível trabalhar com amigos, não com concorrentes", enfatizou o ministro africano, que conheceu vários dados sobre o agronegócio brasileiro apresentados pela CNA e o trabalho desenvolvido pela entidade. O discurso do ministro argelino agradou os participantes do encontro. "A Argélia é um importante cliente do Brasil, para onde vão 15% das nossas exportações. Podemos crescer o intercâmbio comercial. Vamos estudar a possibilidade de ampliar as parcerias para avançar neste sentido", disse o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior, informou que organizará uma visita de produtores do estado à Argélia, para ampliar as vendas externas de carne bovina. Na quinta-feira ( 07.11) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconheceu o MS como zona livre da febre aftosa com vacinação. "Temos um rebanho de 25 milhões de cabeças, qualidade e bom preço. O que não tínhamos era o aval sanitário, e agora temos". As exportações do Brasil para a Argélia em 2006 totalizaram US$ 457 milhões. Deste montante, US$ 383,7 milhões foram de produtos do agronegócio, o que representa 84% do volume exportado para a Argélia. Os principais produtos da pauta são açúcar, carnes e leite em pó. As importações somaram US$ 1,97 bilhão no ano passado, uma diminuição de 30,18% em relação a 2005. O Brasil compra principalmente petróleo, gás e fosfato de cálcio, insumo bastante utilizado por produtores rurais. Segundo dados do Ministério da Agricultura, de 1997 a 2006, o comércio entre os dois países cresceu em uma média anual de 32,45%.