A força e determinação da mulher na produção agropecuária brasileira

A força e determinação da mulher na produção agropecuária brasileira

08/03/2016 13:30
A mulher conquistou seu espaço na sociedade, com competência e determinação. Contribui de maneira decisiva para a geração de riquezas, representando quase a metade da força de trabalho em nosso país, e para o equilíbrio social, como protagonista na formação e manutenção do núcleo familiar. No setor agropecuário, ela também comprovou sua força e capacidade. No Dia Internacional da Mulher, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar, em conjunto com as Federações de Agricultura nos estados, reuniu histórias de mulheres que são exemplos para o país. Confira no Canal do Produtor (www.canaldoprodutor.com.br) a história de mulheres do Brasil. Abaixo a história de quatro gaúchas: 
 
RIO GRANDE DO SUL 
Maria Tereza Scherer Mendes - pedagoga, produtora rural, suplente do Conselho Fiscal da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), coordenadora do Programa de Alfabetização de Trabalhadores Rurais do SENAR/Camaquã e primeira-diretora secretária do Sindicato Rural de Camaquã (Foto: Gerson Raugust/Divulgação Sistema Farsul)
Sistema CNA/SENAR:Qual a origem da sua ligação com o agronegócio? 
MARIA TEREZA - Minha família é ligada ao campo. Plantamos arroz, soja e temos criação de gado na região de Camaquã. Quando meu marido (Arilei Ribeiro Mendes) foi presidente do Sindicato Rural de Camaquã, comecei a frequentar a entidade, acompanhando nas atividades sociais. 
Sistema CNA/SENAR:Como chegou à presidência do Sindicato? 
MARIA TEREZA - Eu já fui professora e diretora de uma escola. Aos poucos fui me envolvendo nas rotinas administrativas do Sindicato e passei também a integrar a diretoria. Depois me tornei presidente do sindicato e tive a honra de estar à frente da entidade quando completou 80 anos, em 2014. O meu mandato terminou em 2015, mas eu permaneço na nova administração como primeira-diretora secretária. Hoje também faço parte do Conselho Fiscal da FARSUL como suplente e sou coordenadora do Programa de Alfabetização de Trabalhadores Rurais do SENAR em Camaquã. 
 Sistema CNA/SENAR:Para você, qual é o papel da mulher no agronegócio? 
MARIA TEREZA - Eu sempre fui muito ligada ao grupo de produtoras rurais da FARSUL, liderado pela Zenia Aranha da Silveira e a atividade sindical nos aproximou ainda mais. Eu vejo que as mulheres perceberam a importância de ter um conhecimento mais específico do meio onde atuam e conquistaram seu espaço. O campo é um negócio e algumas jovens estão se dando conta disso e já estão vindo trabalhar. Além disso, a mulher tem muita habilidade para negociar. 
 
Mara Barcelos - produtora rural e presidente do Sindicato Rural de Muitos Capões no Rio Grande do Sul (Foto:Arquivo pessoal)
Sistema CNA/SENAR: Qual a origem da sua ligação com o agronegócio? 
MARA - Meu pai (Ruy Barcelos) é agropecuarista e é meu grande exemplo de amor à atividade rural. Ainda hoje, com 84 anos, ele continua à frente dos negócios e sempre incentivou a valorizar o que é nosso, o que é da terra. Antigamente a mulher ajudava de alguma maneira ao lado do marido, mas agora participa mais ativamente dos assuntos ligados ao campo.
Sistema CNA/SENAR: Como chegou à presidência do Sindicato Rural de Muitos Capões? 
MARA - Eu já fui prefeita de Muitos Capões por duas vezes (em 2004 e 2008) e também vice-presidente do Sindicato Rural antes de chegar à presidência. Na nossa gestão, procuramos incentivar as mulheres e os filhos a participarem de uma forma mais efetiva. Temos várias ações no Sindicato, como a biblioteca itinerante e o Natal rural. O campo precisa de todos unidos para continuar forte. 
Sistema CNA/SENAR: Qual o papel da Federação para a agropecuária? 
MARA - A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL) tem um papel muito importante e nós acreditamos no trabalho que desenvolve há muitos anos de valorização e de espaço para as mulheres. Muitas pessoas estão voltando para o campo e o contato com os mais experientes está gerando bons resultados. Incentivamos todos os produtores a formar parcerias com o SENAR e a FARSUL para capacitação, porque isso vai trazer benefícios para todos. 
 
 Yara Bento Pereira Suñe - engenheira agrônoma, mestre em produção animal, produtora rural e diretora suplente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL). (Foto: Fagner Almeida/ Divulgação Sebrae-RS)
Sistema CNA/SENAR:Qual a origem da sua ligação com a agropecuária? 
YARA - Trabalho na propriedade da família em Lavras do Sul e sempre estive muito envolvida com a agropecuária. Quando meus pais faleceram, continuei tocando a propriedade e esse envolvimento com as rotinas do campo se estende a minha vida profissional, pois sou engenheira agrônoma com mestrado em produção animal. 
Sistema CNA/SENAR: Como chegou à diretoria da FARSUL? 
YARA - As participações no Sindicato Rural de Lavras do Sul foram o caminho natural de aproximação com a Farsul. Como delegada representante do sindicato, eu sempre participei ativamente das reuniões na Federação, em Porto Alegre. Posteriormente fui convidada para integrar a chapa de renovação da entidade e agora faço parte da diretoria como suplente. 
Sistema CNA/SENAR:Qual o papel da mulher no agronegócio? 
YARA - Há um apagão de mão de obra no campo por uma série de razões e a mulher tem oportunidade de mostrar a sua capacidade para ocupar esse espaço, principalmente na gestão de pessoas. A sensibilidade e o olhar feminino diferenciado são importantes para o equilíbrio de atitudes no gerenciamento. Eu acredito que as próximas gerações vão ter muito espaço para atuar no agronegócio e contribuir para o crescimento desse setor. 
 
Zenia Aranha da Silveira - produtora rural e presidente da Comissão de Produtoras Rurais da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Rio Grande do Sul - FARSUL (Foto:Divulgação Sistema Farsul)
Sistema CNA/SENAR:Qual a origem da sua ligação com a agropecuária? 
ZENIA ARANHA - A minha família é do meio rural. Os primeiros Aranha plantaram café em São Paulo. Eu sou produtora e proprietária rural em Bagé e sempre gostei de cavalos. Com a criação da raça Quarto de Milha acabei entrando para a Associação de Criadores de Cavalos Quarto de Milha Núcleo Sul (NSQM). Desde então, comecei a ter uma participação mais ativa em entidades. Durante 20 anos fui da diretoria e, por duas vezes, presidente da Associação. 
Sistema CNA/SENAR:Como chegou à presidência da Comissão de Produtoras Rurais da FARSUL? 
ZENIA ARANHA - É importante ressaltar que a Farsul abriu as portas para as mulheres. Quando o presidente Carlos Sperotto decidiu mobilizar um grupo de produtoras rurais para um trabalho sistematizado de apoio às ações da Federação, fomos chamadas para organizar a estrutura do grupo. Em 2001, fui convidada para assumir a presidência da Comissão das Produtoras Rurais da Farsul. De lá para cá, tenho participado de inúmeras atividades e projetos envolvendo a mulher e os interesses da agropecuária. 
Sistema CNA/SENAR:Qual o papel da mulher no campo? 
ZENIA ARANHA - Mesmo na agropecuária, onde predomina a figura masculina, a mulher é vista em pé de igualdade com os homens. Eles ouvem as mulheres, se interessam por suas opiniões. Percebo que de uns 10 anos para cá, houve uma evolução no papel das mulheres também na gestão das propriedades. As mulheres estão se sobressaindo cada vez mais. 
Assessoria de Comunicação CNA/ Com as assessorias de imprensa das federações de agricultura e pecuária: FAEA, FAEB, FAEPA, FAES, FAESC, FAMASUL, FAMATO, FARSUL. telefone: (61) 2109 1419 www.canaldoprodutor.com.br https://twitter.com/canaldoprodutor https://www.facebook.com/canaldoprodutor