Senar-RS

Assistência Técnica e Gerencial começa a ser aplicada em mais de 3 mil propriedades rurais gaúchas

Primeira visita técnica do programa foi realizada na Granja Cariola, em Camaquã


A primeira visita de diagnóstico do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no Rio Grande do Sul foi realizada nesta segunda-feira (10/02). A largada da ATeG, que já tem mais de 3 mil produtores rurais cadastrados, aconteceu em Camaquã, com foco em bovinocultura de corte. A expectativa é atender 10 mil produtores rurais até o fim do ano, totalizando 120 mil visitas técnicas realizadas por 400 profissionais habilitados em quatro cadeias do agronegócio: bovinocultura de corte e de leite, ovinocultura e agricultura (grãos).
A estreia da Assistência Técnica e Gerencial contou com a presença de produtores participantes do Programa, do conselho administrativo do Senar-RS, da diretoria da Farsul, além do diretor-geral do Senar Administração Central, Daniel Carrara. De acordo com o presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, o programa reflete a evolução da agricultura brasileira, que atingiu excelência em termos de produtividade e agora busca aumentar a eficiência da gestão. "Nós aprendemos muito nestes anos e estamos chegando no cume da produção de quase tudo o que fazemos. Mas temos um pecado grave. Com esse programa, temos a oportunidade de levar aos nossos produtores rurais o conhecimento de como ele pode ser economicamente eficiente. Produzir por hectare nós sabemos, e muito bem, mas precisamos saber os números daquilo que é efetivo para que o produtor possa colocar lucro no bolso, pois atividade econômica sem lucro está fadada ao fracasso" disse Gedeão durante a cerimônia.
A ATeG segue uma metodologia nacional que é adaptada às particularidades de cada região. Segundo o diretor geral do Senar, Daniel Carrara, após um período de testes e ajustes que começou no Centro-Oeste brasileiro, o programa começa a ganhar tração: "Fizemos adequação dos indicadores, aumentamos o número de cadeias que esse programa poderia atender e melhoramos a capacitação dos técnicos de campo. Agora, a ideia é dar escala a esse programa no Brasil todo. Começamos um projeto junto ao Ministério da Agricultura no semiárido com 25 mil produtores e agora, aqui no RS, já iniciamos com 3 mil produtores e meta de chegar a 10 mil, o que é uma escala considerável. Com certeza será um dos destaques regionais", afirma Carrara.
Durante a visita de diagnóstico, técnicos habilitados pelo Senar conversam com os produtores para entender o perfil da propriedade, apresentar ferramentas de gestão e o caderno do produtor, caderneta em que devem ser registrados diversos dados que podem ser analisados para melhorar a eficiência e reduzir os custos de produção. O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, ressaltou o empenho de toda a equipe técnica e a colaboração dos produtores rurais que já solicitaram participação no programa.
"É extremamente gratificante podermos fazer aquilo para o qual fomos criados: utilizar o conhecimento como ferramenta de sucesso. Só neste ano, estaremos abraçando 10 mil produtores que receberão visitas mensais. E temos que agradecer a estes produtores, porque sabemos que não é fácil abrir as portas das nossas casas e expor as nossas virtudes e os nossos defeitos para pessoas que são estranhas ao nosso convívio. Mas os produtores entendem que o Senar-RS vem para colaborar e colocar a sua família em uma situação melhor de vida".

 

Depois da excelência técnica, produtor busca redução de custos e melhorias na gestão

Os irmãos Celso e Rosane Bartz, de Camaquã, foram os primeiros produtores rurais a receber a visita de diagnóstico do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), que começou no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira (10/02). Na Granja Cariola, propriedade familiar de 2 mil hectares, há cultivo de soja e arroz e criação de 750 animais das raças Angus e Red Angus. A técnica os irmãos já dominam, em parte graças à constante presença em cursos do Senar-RS. Mas Celso e Rosane sentiam falta de conhecimentos de gestão para otimizar o negócio. "Precisamos afinar mais essa parte dos números. Temos todos os dados, mas não sabemos compará-los para analisar o quanto estamos ganhando em cada parte do processo. Hoje, estamos misturando os dados do arroz, da soja e da pecuária, e gostaríamos de separar e saber cruzar essas informações para entender como melhorar a lucratividade do nosso negócio", afirma Rosane.

Para iniciar o processo, o técnico de campo Manuel Munhoz e o supervisor técnico de campo Iuri Marmitt fizeram perguntas sobre a propriedade e entregaram uma caderneta aos produtores, que deverão anotar todas as informações relevantes para a gestão da propriedade. Uma vez por mês, o técnico voltará à propriedade para fazer um acompanhamento e recomendar ajustes. O programa é composto por cinco passos: diagnóstico produtivo individualizado, planejamento estratégico, adequação tecnológica, capacitação profissional complementar e avaliação sistemática de resultados.

O produtor Paulo César Griebeler também está no grupo que receberá a ATeG em Camaquã. Ele cria gado charolês em 200 hectares e vê o programa como uma ferramenta que auxiliará na tomada de decisões. "Hoje, na pecuária podemos produzir terneiro, recriar e terminar. Então o produtor se pergunta 'Que segmento vou fazer? Em que devo me aperfeiçoar?'. É nesse tipo de dúvida que o gerenciamento vai ajudar porque, com os dados, vou saber se o negócio mais lucrativo para mim é a recria, se o tamanho da minha propriedade é adequado para a atividade que desenvolvo. Vou conseguir ver onde estão os meus gargalos e onde estou deixando de ganhar", espera.

A assistência técnica e gerencial não terá custo aos produtores e cada grupo receberá o atendimento ao longo de dois anos. Os técnicos farão visitas mensais, nas quais ficarão um turno em cada propriedade rural participante. A análise individual das propriedades permite que o programa atenda a diferentes perfis de produtores.

Rogério Ávila cria 38 animais em uma propriedade de 20 hectares em Camaquã. Ele aguarda ansioso a marcação da primeira visita para levar adiante o desejo de expandir o negócio: "Minha expectativa é aprimorar a parte técnica e assim aumentar a quantidade de gado para ter uma renda melhor", explica o produtor.

Podem participar da Assistência Técnica e Gerencial produtores rurais das áreas de bovinocultura de corte e de leite, ovinocultura e agricultura de grãos. Para acessar o programa, é necessário procurar o Sindicato Rural local que fará a pré-seleção e encaminhará as solicitações ao Senar-RS. A expectativa é atender até 10 mil produtores neste ano.

A definição das quatro cadeias produtivas inicialmente atendidas pelo programa ocorreu a partir de estudos prévios realizados pelo Senar-RS. No transcorrer do ano, novos segmentos produtivos serão contemplados com a Assistência Técnica e Gerencial no Estado. Em todo o Brasil, já foram definidos 23 segmentos produtivos para receber o programa ATeG.

 

Perspectiva de novos mercados incentiva busca por gestão mais eficiente

O início das atividades da Assistência Técnica e Gerencial, promovida pelo Senar-RS no Rio Grande do Sul, nesta segunda-feira, foi recebido com entusiasmo por produtores rurais e representantes do setor. A metodologia já é aplicada em outros estados brasileiros pelo Senar e foi adaptada à realidade regional, com foco em quatro cadeias do agronegócio. A meta é atender a até 10 mil produtores em 2020, com o auxílio de 400 técnicos que farão visitas mensais às propriedades.

A largada do programa aconteceu simultaneamente nos municípios de Camaquã (bovinocultura de corte), Manoel Viana (Agricultura - grãos), Bento Gonçalves (Bovinocultura de Leite) e Pedras Altas (Ovinocultura). Para a presidente do Sindicato Rural de Camaquã e Arambaré, Maria Tereza Scherer Mendes, a ATeG vem para atender a necessidade de ampliar o ganho econômico ao produtor da região:

"A ATeG era um anseio dos nossos produtores, porque é um programa que fala claro, que quer instrumentalizar o produtor a ter mais ganho, a ter mais sustentabilidade. Isso é fundamental para que não haja mais desistências na nossa área", afirma.

Maria Thereza lembra que Camaquã é uma terra fértil, que além da pecuária se destaca com cultivo de fumo, arroz, soja, oliveiras e videiras, mas a alta produtividade já não basta para garantir a lucratividade do produtor, que precisa se familiarizar com novas ferramentas de gerenciamento.

O presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, afirma que o foco na gestão, tão presente na ATeG, será uma competência fundamental para todos os produtores. "A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, está abrindo um novo mercado lá fora para os nossos produtos, mas se não nos prepararmos para ele, não vamos absorver esse mercado. Vamos ser absorvidos por ele. Diminuir custos e ter lucratividade, esse é justamente o grande desafio que temos e este programa do Senar com foco na gestão pode ajudar o produtor da porteira para dentro, enquanto a Fetag, a Farsul, o Governo e outras entidades tentam diminuir os custos da porteira para fora", alerta.

O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Schwanke, destacou que, além da abertura de novos mercados e do crédito, a assistência técnica é um dos pilares da pasta. "A assistência técnica é estratégica para elevar o nível de renda dos produtores e esse programa dará um impacto enorme na agropecuária brasileira. No Brasil, a média de produtores que relatam acesso à assistência técnica é de 20%. Precisamos elevar esse índice porque é dele que depende o aumento de renda do produtor", afirma.

Como funciona o programa ATeG?
O Senar-RS prestará assistência técnica através da contratação de empresas que foram credenciadas previamente através de edital. Os técnicos das empresas contratadas são profissionais das áreas de agronomia, medicina veterinária ou zootecnia e tem experiência com assistência técnica. Os técnicos e supervisores habilitados estão sendo capacitados na metodologia de Assistência técnica e Gerencial (ATeG) antes do início do atendimento as propriedades selecionadas pelo programa. O Senar formou um grande banco de empresas prestadoras de serviços que serão chamadas conforme a necessidade de atendimento.
A assistência técnica e gerencial não terá custo aos produtores e cada grupo receberá o atendimento ao longo de dois anos. Os técnicos farão visitas mensais, nas quais ficarão um turno em cada propriedade rural participante.
Para participar do programa ATeG os produtores devem atuar em uma das quatro cadeias atendidas (bovinocultura de leite e de corte, ovinocultura ou agricultura de grãos), procurar o sindicato rural que faz a pré-seleção dos participantes interessados e posteriormente encaminha as informações dos produtores para o Senar-RS. Os atendimentos serão feitos conforme os novos grupos forem sendo formados.

 

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Abertura programa ATeG no RS