Na abertura da Expointer, presidente da CNA defende disciplina fiscal para evitar crises

Na abertura da Expointer, presidente da CNA defende disciplina fiscal para evitar crises

02/09/2011 13:00
Em espaço cedido pelo presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, na abertura oficial da 34ª Expointer, em Esteio, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, discursou em nome dos produtores rurais e defendeu a disciplina fiscal para se evitar crises como a que atinge os países europeus. "Estamos assistindo nesses dias à grave crise do Estado nos países ricos. A cuidadosa arquitetura da sociedade do bem-estar nunca esteve tão ameaçada. E não por culpa de seus adversários filosóficos ou políticos, mas sim pela debilidade fiscal dos estados nacionais. Fica cada dia mais claro que a indisciplina no presente arruína o futuro. As lições desse drama europeu nos ensinam que a criação irrefletida de direitos que são debitados ao Estado pode até proporcionar uma breveeuforia, mas seu desfecho é inevitável: cedo ou tarde, a conta será cobrada de todos, em forma de crise fiscal, baixo crescimento e toda a sorte de amargos remédios", discursou Kátia Abreu, nesta sexta-feira (2/9). Ao lembrar do avanço da agropecuária brasileira nos últimos 40 anos, a senadora ainda fez uma defesa contundente da liberdade. "A história dos outros povos nos ensina que, mais difícil do que inventar uma agricultura, é criar as condições institucionais para que ela possa desenvolver-se. A agricultura e a pecuária são um território privativo de homens livres, vivendo numa sociedade livre. Sempre que a liberdade e a propriedade individual foram suprimidas, a produção rural estagnou ou retrocedeu. A história da agricultura na antiga União Soviética e na China de Mao Tse Tung parecem nos dizer que, além da luz, do solo, da água e das sementes, as plantas para crescer precisam do sol da liberdade, da liberdade política e da liberdade econômica", afirmou. A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que "o Brasil tem todas as condições de enfrentar tranquilamente a crise que assola as economias desenvolvidas". Para isso, conta com aproximadamente R$ 420 bilhões de depósitos compulsórios no Banco Central; recursos que podem servir para enfrentar qualquer dificuldade de crédito. Na crise de 2008, esses depósitos somavam em torno R$ 220 bilhões. Já as reservas internacionais somam cerca de US$ 350 bilhões hoje. "Nós enfrentaremos esta crise consumindo, investindo, ampliando e criando empresas, diminuindo impostos, plantando e colhendo os frutos do trabalho da agropecuária brasileira", prometeu Dilma. Embora a cerimônia de abertura da Expointer não tenha incluído anúncios concretos para resolver problemas do campo, Sperotto lembrou que o ato demonstrou o diálogo entre o setor produtivo com o governamental para a busca de soluções. E afirmou que as negociações de temas de política agrícola continuarão ocorrendo junto ao Ministério da Agricultura.