Farsul

Na abertura da Expointer, presidente da CNA defende disciplina fiscal para evitar crises

Na abertura da Expointer, presidente da CNA defende disciplina fiscal para evitar crises




Em espaço cedido pelo presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto, na abertura oficial da 34ª Expointer, em Esteio, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, discursou em nome dos produtores rurais e defendeu a disciplina fiscal para se evitar crises como a que atinge os países europeus. "Estamos assistindo nesses dias à grave crise do Estado nos países ricos. A cuidadosa arquitetura da sociedade do bem-estar nunca esteve tão ameaçada. E não por culpa de seus adversários filosóficos ou políticos, mas sim pela debilidade fiscal dos estados nacionais. Fica cada dia mais claro que a indisciplina no presente arruína o futuro. As lições desse drama europeu nos ensinam que a criação irrefletida de direitos que são debitados ao Estado pode até proporcionar uma breveeuforia, mas seu desfecho é inevitável: cedo ou tarde, a conta será cobrada de todos, em forma de crise fiscal, baixo crescimento e toda a sorte de amargos remédios", discursou Kátia Abreu, nesta sexta-feira (2/9). Ao lembrar do avanço da agropecuária brasileira nos últimos 40 anos, a senadora ainda fez uma defesa contundente da liberdade. "A história dos outros povos nos ensina que, mais difícil do que inventar uma agricultura, é criar as condições institucionais para que ela possa desenvolver-se. A agricultura e a pecuária são um território privativo de homens livres, vivendo numa sociedade livre. Sempre que a liberdade e a propriedade individual foram suprimidas, a produção rural estagnou ou retrocedeu. A história da agricultura na antiga União Soviética e na China de Mao Tse Tung parecem nos dizer que, além da luz, do solo, da água e das sementes, as plantas para crescer precisam do sol da liberdade, da liberdade política e da liberdade econômica", afirmou. A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou que "o Brasil tem todas as condições de enfrentar tranquilamente a crise que assola as economias desenvolvidas". Para isso, conta com aproximadamente R$ 420 bilhões de depósitos compulsórios no Banco Central; recursos que podem servir para enfrentar qualquer dificuldade de crédito. Na crise de 2008, esses depósitos somavam em torno R$ 220 bilhões. Já as reservas internacionais somam cerca de US$ 350 bilhões hoje. "Nós enfrentaremos esta crise consumindo, investindo, ampliando e criando empresas, diminuindo impostos, plantando e colhendo os frutos do trabalho da agropecuária brasileira", prometeu Dilma. Embora a cerimônia de abertura da Expointer não tenha incluído anúncios concretos para resolver problemas do campo, Sperotto lembrou que o ato demonstrou o diálogo entre o setor produtivo com o governamental para a busca de soluções. E afirmou que as negociações de temas de política agrícola continuarão ocorrendo junto ao Ministério da Agricultura.