O presidente do Sistema Farsul, Carlos Sperotto; o vice, Gedeão Pereira, e cerca de 200 produtores representando 20 Sindicatos Rurais da zona sul, participaram de reunião do Fórum Agrário organizada pela Ouvidoria Geral da Segurança Pública, na sede da Associação Rural de Pelotas, nessa quarta-feira (05.09). O grupo foi composto ainda pelo deputado estadual Nelson Harter; o presidente da Associação Rural de Pelotas, Elmar Hadler e a presidente do Sindicato Rural, Maria Helena Ferreira. Gedeão Pereira, que coordena a Comissão de Assuntos Fundiários da Farsul, considera que houve um progresso "interessante" na audiência que contou com a presença do Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gersino Silva; e do Ouvidor Geral da Segurança Pública, Adão Paiani. O Incra não compareceu ao encontro e recebeu críticas dos produtores e do Ouvidor Estadual. Gedeão disse que os produtores colocaram os temores que a reforma agrária vem ocasionando ao Rio Grande do Sul. "Mostramos ao desembargador Gersino, que é do Acre, como o gaúcho vê a terra, a relação que tem com a sua propriedade e a disposição em defender a propriedade", ressaltou Gedeão. Acrescentou que os produtores também mostraram a responsabilidade do Ouvidor Gersino em minimizar conflitos agrários causados por ações do MST. Gedeão Pereira destacou ainda que o principal ponto das reivindicações são as agressões promovidas pelo MST às propriedades rurais, com a complacência do Incra. Entre as sugestões apresentadas pela Farsul à Ouvidoria Nacional estão que o MST não invada mais terras e o Incra pare de procurar terras improdutivas porque inexistem essas áreas no Estado. Para Gedeão, "o Incra deve investir na compra de terras, usando um sistema nos moldes do antigo Banco da Terra". Segundo o Ouvidor Adão Paiani, "este foi o primeiro encontro com os produtores. Nós optamos por fazer reuniões separadas para obter um melhor encaminhamento, já que vamos ouvir as demandas dos produtores e encaminhar à governadora Yeda Crusius. Mas também estamos aqui para ouvir as sugestões dos produtores. Paiani ainda ressaltou que conhece a necessidade de paz no campo para o pleno desenvolvimento das atividades do setor, sem esquecer que existe um movimento social que não pode ser ignorado". O Ouvidor Agrário Nacional, Gercino Silva, surpreendeu a todos presentes e desculpou-se pelos acontecimentos ocorridos em Pedro Osório. "Infelizmente a culpa é minha, pois o que era pra ser uma reunião com o MST, eu transformei, ao denominá-la como audiência pública", afirmou. Ele ressaltou também que "o governo federal tem um lado: o da legalidade. Garantimos que o imóvel rural produtivo está imune ao programa de reforma agrária, de invasões, ocupações, ou seja, qual for o nome dado ao ato". Ele também afirmou que a Ouvidoria vai atender a solicitação dos produtores e fornecer os dados da reforma agrária no Estado. A Brigada Militar garantiu a segurança no local do encontro. Novas reuniões setoriais serão realizadas, em separado, de um lado com presença do MST e de outro, dos produtores. O próximo encontro do Fórum com os produtores será em São Gabriel.