Farsul

Estiagem, Inovação e retirada da vacina da febre aftosa marcam abertura da Expodireto Cotrijal 2020

Aumento da competitividade do agronegócio brasileiro é foco de medidas anunciadas para o setor


- Gerson Raugust/Divulgação Sistema Farsul

Estiagem e irrigação, inovação, seguro agrícola e retirada da vacina da febre aftosa no Rio Grande do Sul foram os principais temas da abertura da Expodireto Cotrijal 2020. O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, aproveitou a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, para reiterar os avanços necessários para a concretização do plano de retirada antecipada da vacina de febre aftosa no estado:

"Ainda há alguns quesitos que temos que tratar com o secretário da Agricultura, Covatti Filho, para viabilizar essa possível retirada e esse é um assunto que achamos importante abordar com a ministra. Como nos lembrou a própria ministra em seu discurso, essa questão da retirada é importante para a valorização da carne gaúcha", afirma Gedeão.

O presidente também entregou à ministra uma cópia da Carta de Jaguarão, documento em que são sugeridas medidas para o fortalecimento do comércio da lã, como negociações para a remoção de barreiras impostas pela China à "lã suja" brasileira, restabelecimento do crédito a cooperativas para comercialização de lã e a recomposição de um laboratório destinado a certificação da lã brasileira. 

A ministra Tereza Cristina falou ainda sobre os prejuízos com a estiagem, que já atinge diversos municípios gaúchos. Tereza Cristina lembrou que apenas 3% do território brasileiro é irrigado, o que leva a perdas constantes. Sobre os prejuízos com o clima, a ministra lembrou que o montante disponível para o seguro agrícola passou de R$ 400 milhões a R$ 1 bilhão, mas reconheceu que ainda falta um seguro de renda que traga mais estabilidade a quem vive do campo.

O governador Eduardo Leite tocou em outra pauta antiga do setor: os problemas logísticos enfrentados para escoar a produção. O governador afirmou que haverá a ampliação das concessões de rodovias, destacou o aporte de 220 milhões para obras rodoviárias e lembrou o recente lançamento do edital de um terminal logístico do arroz no Porto de Rio Grande que vai garantir maior capacidade no escoamento do grão.

 "O povo gaúcho é trabalhador, tem grande capacidade de inovação, gosta de trabalhar. Mas tem dificuldade de colocar o que ele produz no mundo por causa das dificuldades logísticas, tributárias e da burocracia. Sabemos que temos pouco recurso, por isso, vamos atrás das parcerias da iniciativa privada", disse Leite.

A logística também foi assunto do representante do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. O ministro afirmou que a navegação por cabotagem será retomada e que serão disponibilizados 30 mil quilômetros novos de ferrovias: "o Brasil é o que melhor produz da porteira para dentro. Precisamos melhorar no que fazemos da porteira para fora, diminuindo os custos com o transporte para que possamos ser mais competitivos".

Estiveram presentes na cerimônia de abertura os senadores Luiz Carlos Heinze e Lasier Martins, deputados federais e estaduais, representantes de entidades ligadas a vários segmentos do agronegócio e representantes consulares de países da Europa, África e América Latina.